Cerca de 20 mil cisternas serão construídas em 110 municípios do semiárido baiano, por meio do convênio do Governo do Estado com o Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS), celebrado nesta segunda-feira (28) no Hotel Fiesta, em Salvador. No total, são 18.720 cisternas destinadas ao consumo humano e 1.230 para a produção agrícola. A ação do projeto Água e Cidadania visa beneficiar mais de 94 mil famílias.

Segundo a secretária estadual de Desenvolvimento Social e Combate à Pobreza, Arany Santana, as cisternas para consumo humano têm capacidade para armazenar 16 mil litros de água captados diretamente do telhado das casas. Já as de produção, com capacidade para 50 mil litros de água captados da enxurrada, permitem o cultivo de horta, a dessedentação emergencial de pequenos animais e a irrigação de salvação de fruteiras.  Durante os meses de estiagem, o equipamento garante o abastecimento humano, permitindo que a população tenha acesso à água para beber, cozinhar e para higiene.

Para o agricultor Carmito Natividade, 50 anos, do município de Riachão do Jacuípe, a cisterna, além de oferecer água de qualidade para o consumo, é também sinônimo de saúde. Ele disse que o índice de pessoas doentes, principalmente crianças e idosos, deve diminuir significativamente. “Acompanhei de perto a implantação de cisternas em outros municípios e foi constatado que nesses lugares os moradores são mais sadios. As crianças já não ficam mais nos hospitais. A realidade de quem mora no campo muda completamente”, afirmou.

Com a implementação das cisternas, serão aplicadas capacitações em três níveis: com os beneficiários, para compreenderem a importância do cuidado com a água da cisterna e com o manejo, com os pedreiros responsáveis pela execução das obras e, por fim, com os agentes comunitários de saúde, que farão uma ação pioneira de acompanhar do ponto de vista da saúde e higiene as famílias beneficiadas.

Parceria contínua
No total, desde o início deste governo, já foram construídas, em parceria com o governo federal e sociedade civil, 65 mil cisternas no semiárido baiano. “Essa ação significa a continuidade de um trabalho que já estamos fazendo há mais de três anos, em parceria com o governo federal. A cisterna é uma dádiva para quem mora no semiárido. Ter água para preparar suas refeições e cuidar da higiene é muito importante para essa população. O que pode parecer pouco para nós que somos da capital é muito para o semiárido”, declarou o governador Jaques Wagner.

O Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome já implantou 294 mil cisternas em 11 estados. O secretário-executivo do MDS, Onaur Ruano, ressaltou que a Bahia é o estado com maior eficiência na execução do programa de construção de cisternas do ministério. A ação, que faz parte do programa Fome Zero, estimula por meio das cisternas a produção, a circulação e o consumo de alimentos, oferecendo mais segurança alimentar à população do semiárido.

Publicada às 8h15
Atualizada às 14h10