Os cerca de 1,2 milhões de estudantes da rede estadual de ensino estão sendo beneficiados com alimentação escolar de qualidade. Isso é possível porque o Governo do Estado implementou a Lei Federal 11.947/09, do Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE). Por meio dessa ação, desde janeiro, pelo menos 30% da alimentação fornecida nas escolas são oriundos de produtos da Agricultura Familiar – constituída de pequenos e médios produtores rurais, comunidades tradicionais e assentamentos da reforma agrária. A expectativa é a de que, este ano, sejam gerados para a Agricultura Familiar cerca de R$ 25 milhões.

“A renda da minha casa vem do campo, dos frutos da terra. Meu pai planta, colhe e vende. Estudar numa escola onde esses produtos são valorizados é muito bom”. O depoimento da estudante Luana Conceição, do 1º ano do Ensino Médio do Colégio Estadual de Valença, retrata uma nova realidade nas escolas da rede estadual da Bahia, que passam a contar com cardápio mais sortido e saudável.

“Essa atitude melhora a qualidade de vida da população e o desempenho escolar, amenizando as desigualdades sociais e elevando nossa dignidade. É uma iniciativa de inclusão social que vai ajudar o agricultor a não abandonar sua terra”, comemora o presidente da Associação dos Pequenos Produtores Rurais e Ações Sociais de Serra Grande, em Valença, Jailton Costa.

O pequeno agricultor Edmundo Damacena, proprietário do sítio Novo Horizonte, em Ituberá, também festeja a iniciativa do governo. “Eu acho uma excelente ideia porque incentiva a gente a plantar mais e, por sua vez, estarão beneficiando os estudantes, adquirindo produtos mais frescos, sem produtos químicos”, diz o pai de Aline Damacena, estudante do 2º ano do Ensino Médio do curso de Agroecologia, do Colégio Estadual Idelzito Eloy de Abreu.

“Isso significa uma possibilidade real de trabalho e de aumento da renda do pequeno produtor rural, o que trará uma renda de mais de R$ 1 milhão no ano que vem só para a região do Baixo Sul”, estima Manoel Sales, presidente da Assessoria e Comercialização da Agricultura Familiar (AACAF), que tem vinculadas mais de 260 entidades, nos municípios de Cairu, Camamu, Igrapiuna, Maraú, Nilo Peçanha, Piraí do Norte, Presidente Tancredo Neves, Tapeorá, Ibirapitanga, Gandu, Jaguaripe, Aratuípe, Teolândia e Valença.