A facilidade proporcionada pela internet, possibilitou o reencontro de um artista inglês com um quadro pintado por ele em 1966 e exposto no Museu Regional de Arte (MRA) da Universidade Estadual de Feira de Santana (Uefs). Trata-se do modernista britânico Antony Donaldson, que visualizou a obra Orange-Square no Museu Virtual do Jornal Feira Hoje.

O Jornal publica obras do Centro Universitário de Cultura e Arte (Cuca) e da Pinacoteca de Artistas Feirenses da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL). Depois do contato por e-mail de Antony Donaldson com o editor do Feira Hoje, Everaldo Goes, foi possível corrigir equívocos envolvendo a obra Orange-Square. O quadro era exposto numa posição incorreta, “deitada”, o que foi reclamado por Donaldson.

Everaldo Goes, que é assessor de Comunicação da Uefs, verificou que o erro foi originado a partir de publicação antiga, editada por um museu em Salvador. Ele conta que notou outro equívoco, desta vez no site de Donaldson. O artista inglês, ao fazer referência à imagem do quadro Orange-Square, indicava que a obra estava exposta no inexistente “Museu Port Allegre”, e não no Museu Regional de Artes da Uefs.

Comunicado sobre o fato, Donaldson corrigiu o equívoco e enviou nova mensagem explicando que a referência do museu havia sido passada pelo marchand que tomava conta do acervo na Inglaterra, enquanto ele passava uma temporada em Los Angeles, EUA. O marchand foi o responsável pela venda do Orange-Square, em 1967. “Fico satisfeito em saber a localização exata do quadro”, afirmou o artista britânico.

Coleção única 
O acervo inglês do MRA constitui-se na única coleção de artistas modernos ingleses em um museu brasileiro, num total de 30 obras em óleo sobre tela, acrílico sobre tela, óleo sobre eucatex, esmalte sobre metal, técnica mista sobre eucatex e técnica mista sobre papel. O Museu abriga uma expressiva coleção da arte contemporânea inglesa, mais precisamente das décadas de 1950 e 1960.

Chamado originalmente de Museu Regional de Feira de Santana, o MRA nasceu com um acervo de artes plásticas no qual figurava a maioria dos artistas modernistas brasileiros de destaque, incluindo baianos e feirenses. Compunha a coleção, também, uma seção destinada à cultura regional, constituída por artefatos característicos da chamada “cultura do couro”, que ilustravam o cotidiano do homem sertanejo e remetiam às origens do povo de Feira de Santana. Hoje, este material faz parte do acervo do Museu Casa do Sertão, no campus da Uefs.

O objetivo de Assis Chateaubriand, então embaixador do Brasil na Inglaterra e idealizador do MRA, era possibilitar a descentralização de museus, viabilizando a interiorização da arte, o incentivo a novos talentos, além de criar um espaço de lazer e educação, que favorecesse a apreciação de obras de arte. O Museu abriu as portas ao público em 1967 e foi incorporado à Universidade Estadual de Feira de Santana em 1985.