As escolas da rede estadual de Salvador e Região Metropolitana já têm o nome das três músicas que vão representá-las na final do Festival Anual da Canção Estudantil (Face), prevista para acontecer no mês de novembro: “Tô indo embora”, “A dor de uma criança” e “Eu amo o meu país”. A escolha foi feita no Teatro Vila Velha, em Salvador, na quinta-feira (17), durante a final regional promovida pela Diretoria Regional de Educação (Direc1B), que envolveu 161 unidades escolares. O festival movimenta mais de um milhão de estudantes em todo o estado.

O 1º lugar ficou com o rap “Tô indo embora”, do estudante Cidiclei Nascimento, do Colégio Estadual Praia Grande. Emocionado, o campeão atribuiu ao Face um significado muito especial. “É o pontapé inicial para a minha carreira, a minha primeira oportunidade de mostrar o meu trabalho, um incentivo”, disse. Sobre a letra do rap, ele explicou: “me inspirei na minha vida em casa, na família humilde, no crescimento, na hora de sair, de se tornar adulto, de trabalhar”.

Para Luis Rodrigo, do Colégio Estadual Raimundo de Almeida Gouveia, a felicidade veio em dose dupla. Além de ter levado o 2º lugar, ele também levou o troféu de melhor intérprete. A força com que ele cantou “A dor de uma criança” arrancou lágrimas da plateia. “O Face foi uma das melhores coisas que o governo já fez pelos estudantes. Com a minha música, quero chamar a atenção das pessoas para que olhem com mais carinho para as nossas crianças”, ressaltou Luis Rodrigo.

O 3º colocado, Jônatas Almeida, do Colégio Estadual Professor Edílson Souto Freire, apostou no ritmo sertanejo com a música “Eu amo o meu país”. A plateia exaltou o patriotismo com o refrão “eu amo o meu país, eu amo a minha nação”. O estudante lembrou a importância de investir nos estudantes do país. “A força jovem estudantil é o futuro”, frisou.

Estudantes se preparam

Há três anos o Face modifica a rotina dos estudantes, promovendo uma revolução de ritmos e sons nas escolas. A cada edição, milhares de canções são produzidas e os alunos não economizam nos preparativos. Participam de oficinas de canto, expressão corporal e voz, oferecidas nas unidades escolares, e não poupam esforços em dar o melhor de si. As composições variam do reggae ao sertanejo, passando pelo rap, bossa nova, gospel e pagode.

Para o diretor do Colégio Estadual Luís Rogério Souza, em Plataforma, Wellington Ferreira Pires, o Face contagia totalmente os estudantes. “É impressionante a alegria deles. Acho que levar a música para dentro da escola é uma experiência maravilhosa”, avalia o gestor.

Integrante da comissão julgadora, o cantor e compositor da banda Insólitos, Gleigisson Santos, elogiou a performance dos estudantes e explicou que as obras foram analisadas dentro de um conjunto: interpretação, letra e melodia. A produtora de eventos musicais Jayse Alves também elogiou o projeto. “Achei incrível a oportunidade que esses estudantes estão tendo. Com dedicação, eles podem crescer e ter tudo na vida, são artistas”.

Participaram, ainda, da comissão julgadora o cantor e compositor Marcelo Bacelar; o cordelista Antônio Barreto; a professora de Língua Portuguesa Joselita Lorenzo; o jornalista, compositor e diretor do Bloco Afro Pomba de Malê, Sérgio Augusto; e o professor de música e compositor, Laércio Beethoven.