A delicadeza nos gestos e a vaidade com o corpo, explícita nas unhas feitas semanalmente, como ela mesma afirmou, não impediram que Anairam de Brito, 19 anos, participasse do curso de soldador, uma área até pouco tempo considerada somente para homens.

A jovem foi umas das 113 pessoas certificadas pelo Programa Qualifica Bahia, no município de Muritiba, no Recôncavo baiano, que, somando as 55 jovens do Projeto Juventude Cidadã, beneficiou as 168 pessoas certificadas pelo Governo do Estado, por meio da Secretaria do Trabalho, Emprego, Renda e Esporte (Setre).

“Alguns dos nossos colegas já estão trabalhando. A minha perspectiva é seguir o mesmo caminho e conquistar o meu primeiro emprego”, disse Anairam. A mesma esperança tem Thiago de Jesus, 19, que também foi certificado no curso de soldador.

“Se nos falta experiência, sobra vontade de trabalhar”, enfatizou o jovem. Em Muritiba, o Programa Qualifica Bahia certificou trabalhadores nos cursos de Soldador (49), Pedreiro Polivalente (18), Caldeireiro (24) e Encanador de Tubulações (22), todos com carga horária de 200 horas, tendo como entidade executora o Ginásio Castro Alves.

No Projeto Juventude Cidadã foram qualificados 55 jovens nos cursos de carpinteiro e armador de ferragens. O projeto voltado para jovens com idade entre 16 e 24 anos, certificou em todo o estado, 15 mil jovens.

Presente na solenidade, que aconteceu na Câmara de Vereadores de Muritiba, o secretário do Trabalho, Nilton Vasconcelos, falou que a qualificação profissional é uma das prioridades do Governo do Estado. “Procuramos identificar a demanda de cada região e direcionar os cursos de qualificação para suprir essa demanda”.

O Qualifica Bahia beneficia mais de 10 mil trabalhadores em 213 municípios baianos, desde o ano passado, e envolve nove cadeias produtivas – agricultura familiar e economia solidária, comércio e serviços, construção civil, empreendedor individual, construção naval, portuário e mineração, petróleo e gás, e turismo.

Criado para atender pessoas vulneráveis econômica e socialmente, particularmente aquelas com baixa escolaridade e sujeitas às mais diversas formas de discriminação social, o programa tem investimento do Governo do Estado de quase R$ 5 milhões em recursos oriundos do Fundo Estadual de Combate e Erradicação da Pobreza (Funcep).