A vacina oral contra o rotavírus desenvolvida no Brasil é segura. Esta foi a conclusão do grupo que realizou a pesquisa Monitoramento da Segurança da Vacina Oral Contra o Rotavírus Humano, Utilizada e Comercializada no Brasil.

O estudo buscou afastar a possibilidade de que a vacina apresente reações adversas. Os resultados da pesquisa, que foi realizada pela Organização Panamericana de Saúde (Opas), CDC (Atlanta, Estados Unidos) e Ministério da Saúde, foram apresentados na quinta-feira (17) na Secretaria da Saúde da Bahia.

O consultor e pesquisador da Opas, Ernesto Isaac Montenegro Renoiner, foi quem fez a apresentação dos resultados. Em sua explicação, ele demonstrou alguns dos dados da pesquisa, destacando que estava afastada a relação do uso da vacina com o surgimento de intussuscepção intestinal (invaginação intestinal).

A coordenadora da pesquisa na Bahia, Maria Elisa, disse que o que motivou essa investigação foi o aumento do número de casos de invaginação intestinal após a introdução da vacina na população dos Estados Unidos. “A vacina, que era utilizada nos Estados Unidos, já foi descontinuada e aquele país estava aguardando os resultados da pesquisa para começar a utilizar o novo imunobiológico”, explicou.

A pesquisa, de cunho internacional, teve a participação de 53 hospitais da Bahia, Ceará, Minas Gerais, Paraná, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, São Paulo, e do México.

Das unidades da rede da Sesab, participaram os hospitais Ernesto Simões Filho e Roberto Santos. Na Bahia, a Sesab introduziu a vacina oral contra o rotavírus no calendário de vacinação em março de 2006, garantindo para os recém-nascidos as duas doses gratuitas do imunobiológico. Um grande número de países aguardava os resultados para introduzir a vacina pesquisada em seus calendários de rotina.

Para a superintendente de Proteção e Vigilância à Saúde da Bahia, Lorene Pinto, esse estudo fortalece as ações de intervenção na área epidemiológica. “A pesquisa está gerando mudanças no processo de trabalho, indicando qual a melhor forma de conduzirmos algumas atividades”, declarou.

Segurança para evitar mortes

O rotavírus pode causar forte diarréia e, em casos mais graves, levar à morte. Maria Elisa explicou que a grande preocupação se dá por conta do rotavírus ser uma das principais causas de morte de crianças abaixo de um ano de idade. “A imunização é uma segurança para evitar essas mortes”, afirmou.

A vacinação é dividida em duas etapas. A primeira dose da vacina oral contra o rotavírus é aplicada em bebês com idade entre 45 dias até três meses, e a segunda dose contempla a faixa etária entre três meses e cinco meses e 15 dias. A vacina utilizada obteve registro no país em 2006 pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).