Alfabetizados do Topa estão lendo livros e escrevendo cartas

O encantamento causado pelo universo da literatura fez com que os alfabetizados e egressos do programa Todos pela Alfabetização (Topa) conseguissem ler um livro em menos de um mês, através do projeto Leitura para Todos, lançado no final de junho pela Secretaria Estadual da Educação (SEC).

Os egressos do programa já começaram a enviar as cartas-resposta que receberam junto com os livros em suas casas. No total, a Secretaria da Educação entregou 30 mil cartas e livros para incentivar e avaliar o interesse desses alunos pela leitura. As publicações foram enviadas pelos Correios, com postagem paga.

Entre as cartas recebidas, está a de Carlos de Lima Batista, do município de Serrinha. “Eu me senti muito bem. Acabei conhecendo histórias novas e aprendi mais”, afirmou, quando perguntado sobre como se sentiu ao ler o seu exemplar.

Maria Elza Melo, de Vitória da Conquista, também fez uma análise positiva. “Me senti tranquila e com satisfação de ver que pequenos poemas podem mudar muitas coisas”, explicou. A SEC também recebeu cartas de Jequié, Jacobina, Feira de Santana, Salvador, Valença e São Francisco do Conde.

Para a coordenadora do Topa, Elenir Alves, as respostas dos estudantes chegaram mais rápido do que o esperado e reforçam o interesse que eles manifestam pelo hábito da leitura. “É uma satisfação para todos nós ter este retorno. O livro tem uma simbologia muito forte para toda a população. Eles aprendem a ler através do Topa, mas não têm condições de continuar exercitando esta prática”, destacou.

O Leitura para Todos vai disponibilizar dez volumes para os alunos, envolvendo diversos gêneros, como crônica, poesia, novela e conto. A cada carta respondida, o estudante receberá um novo volume em sua casa. O material está em análise na SEC, mas a ideia inicial é que seja repassado para as universidades estaduais, especialmente as que desenvolvem projetos de pesquisa na área de neoleitores. “Esses formulários são muito ricos para as pessoas que desenvolvem esse tipo de pesquisa”, disse Elenir Alves.