Uma conferência do antropólogo Kabengele Munanga, professor da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo (USP), abrirá às 19h da próxima sexta-feira (23), no Espaço Cultural da Câmara Municipal de Salvador, o II Congresso Baiano de Educadores Negros. O encontro reúne profissionais da educação que atuam em prol da implementação das Diretrizes Curriculares para a Educação das Relações Étnico-raciais nas escolas da Bahia.

Inspiradas pelo tema “Desafios e Perspectivas para uma Educação Plural, Democrática e Cidadã" as discussões e avaliações, no sábado e domingo (24 e 25), às 8h30, no Colégio Central, terão foco nas mudanças que ocorreram na escola, desde a sanção da Lei nº 10.639/2003. Essa lei inclui, no currículo oficial das redes de ensino, a obrigatoriedade da temática "História e Cultura Afro-Brasileira”.

Segundo o professor de história, Kleber Rosa, técnico da Coordenação de Educação para as Relações Étnico-raciais e Diversidade da Secretaria da Educação do Estado, “o encontro será muito importante para realizar um balanço e traçar perspectivas sobre a educação baiana tendo como foco a pluralidade”.

Religiosidade, democracia, gênero, sexualidade e Educação Quilombola estão entre os assuntos previstos para serem abordados nas mesas redondas. Para o professor, a abertura será um dos grandes momentos do congresso, pois Kabengele Munanga é um dos mais bem conceituados estudiosos da cultura africana e dos aspectos sociais que representam a identidade negra no Brasil.

O primeiro congresso foi realizado em maio de 2008 e trouxe como tema, "Negritude e Educação: um desafio para a construção de uma nova sociedade". Na ocasião foram discutidas estratégias por meio das quais os educadores negros pudessem apontar caminhos para a implantação de um modelo de educação que conseguisse romper com os paradigmas atuais.