O World Diabetes Fundation (Fundação Internacional de Diabetes) será parceira da Secretaria da Saúde do Estado (Sesab), por meio do Centro de Diabetes e Endocrinologia da Bahia (Cedeba), para o desenvolvimento de projetos de capacitação e qualificação de profissionais para atenção ao diabetes. O anúncio foi feito pelo diretor-geral da entidade, Anil Kapur, durante visita às instalações do Cedeba, no último sábado (3), acompanhado do professor Pierre Lefébvre, presidente da WDF, e de membros do Conselho da Fundação.

A primeira ação resultante da parceria entre a WDF e o Cedeba será o financiamento da próxima etapa do Projeto de Qualificação e Mobilização Comunitária em Diabetes (Proced), prevista para o início do próximo ano. Os integrantes do WDF estavam em Salvador para participar da Diabetes Summit for Latin América (Conferência Internacional de Diabetes para a América Latina).

Para a diretora do Cedeba, Reine Chaves, o interesse da WDF em estabelecer parcerias e financiar projetos da unidade reflete o nível de reconhecimento e o impacto positivo do trabalho desenvolvido pela Sesab na área da atenção ao diabetes.

Ela disse que o projeto de continuidade do Proced foi aprovado pela WDF, e que a Bahia deverá receber US$ 300 mil para viabilizar os módulos 3 e 4 do projeto. Os dois primeiros módulos, realizados em 2009, foi viabilizado via parceria entre a Sesab/Cedeba e a Organização Mundial de Saúde (OMS), por meio da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas).

Durante a visita, a diretora do serviço falou sobre a situação epidemiológica do diabetes na Bahia, explicando que dados levantados em 2008 indicavam uma prevalência de 4,7% de diabéticos autoreferidos na população com idade igual ou maior de 18 anos, o que em números absolutos, representa aproximadamente 1,7 milhão de portadores de diabetes.

Proced

Também foi apresentado o trabalho realizado durante os dois primeiros módulos do Proced, que resultaram na capacitação de profissionais de cinco estados brasileiros (Alagoas, Acre, Mato Grosso do Sul, Tocantins e Paraíba), cinco municípios da Bahia (Lauro de Freitas, Vitória da Conquista, Jacobina, Alagoinhas e Salvador) e dois países africanos de língua portuguesa (Guiné Bissau e Moçambique).

Segundo Reine Chaves, um dos pontos altos do primeiro módulo do Proced foi uma atividade de mobilização comunitária envolvendo pacientes e profissionais da unidade, a Universidade do Diabetes/Unidia, que transformou o Cedeba num campus formado por sete faculdades, onde os participantes puderam vivenciar, na prática, como promover educação em saúde e como deve ser o autocuidado dos portadores de diabetes.

A Universidade do Diabetes, utilizada pelo Cedeba para o treinamento de profissionais de saúde e também de portadores de diabetes, e ainda os jogos educativos criados pela equipe da coordenação de Educação em Saúde do Cedeba despertaram a atenção dos representantes do organismo internacional, que demonstraram interesse em financiar a viagem de profissionais da unidade a Moçambique, para que possam transmitir in loco conhecimentos sobre prevenção, atenção e autocuidado em diabetes.

Com relação aos módulos 3 e 4 do Proced, que passam a ter a WDF como parceira e contemplarão os mesmos participantes dos primeiros módulos, a diretora do Cedeba adianta que o foco principal será o cuidado com o pé diabético e a retinopatia diabética. Além disso, será escolhida uma unidade sentinela nos cinco estados brasileiros e em seis municípios baianos beneficiados pelo projeto, com a finalidade de avaliar o impacto das ações viabilizadas do Proced.

De acordo com Rosa Sampaio, coordenadora de Hipertensão e Diabetes do Ministério da Saúde, a continuidade do Proced e a realização, na Bahia, da Conferência Internacional de Diabetes para a América Latina, iniciativa da WDF com o apoio da Sesab, “credenciam o Cedeba para que se torne centro colaborador da Organização Mundial de Saúde (OMS) em educação para diabetes. "O Cedeba é um modelo para o Brasil e para os países de língua portuguesa”.