A Comissão Intra-Hospitalar de Doação de Órgãos e Tecidos para Transplantes (CIHDOTT) do Hospital Geral Prado Valadares (HGPV), em Jequié, registrou a primeira doação de múltiplos órgãos que beneficiará os que estão na fila de espera por um transplante.

O fechamento do diagnóstico de morte encefálica foi realizado por uma equipe médica especializada do HGPV. O trabalho para a retirada dos rins, coração, fígado e córneas de um paciente de 26 anos, vítima de acidente de trânsito, durou duas horas e meia.

Segundo o enfermeiro-coordenador da CIHDOTT do HGPV, Wagner Farias, a família demonstrou confiança na equipe do hospital e, apesar da dor, decidiu doar os órgãos. “É importante cada cidadão pensar no assunto, tomar uma decisão a respeito da doação de órgãos e expressar para sua família, que será responsável pela autorização ou não”, orientou.

A enfermeira Agnes Coutinho explicou que, depois de diagnosticada a morte cerebral do paciente, os familiares foram comunicados e prontamente autorizaram a doação. “As estatísticas de doação de órgãos não são melhores pela falta de informação e conscientização de boa parte da população sobre o assunto”, destacou.

Uma equipe da Central Estadual de Transplantes de Órgãos, vinculada à Secretaria da Saúde (Sesab), se deslocou de Salvador em aeronave expressa para fazer a retirada dos órgãos.

A CIHDOTT do HGPV já fechou seis diagnósticos de morte encefálica, 25 abordagens para doação de córneas, sendo quatro positivas, e cinco para múltiplos órgãos, com uma positiva, o que nunca havia ocorrido no hospital e na cidade de Jequié. O diretor-geral do HGPV, Gilmar Vasconcelos, é um dos principais incentivadores da CIHDOTT. “Depois da implantação efetiva da CIHDOTT e do Serviço de Neurocirurgia é que o HGPV passou a diagnosticar morte encefálica, o que não era realizado antes, também por falta de equipamento específico”, disse.