A Bahia gerou nos seis primeiros meses de 2010 (janeiro a junho), o número recorde de 61.334 empregos com carteira assinada. No Nordeste, onde o acumulado de geração de empregos soma 113.194, no mesmo período, o estado lidera, deixando para trás Ceará (30.110), Piauí (13.236), Pernambuco (9.932), Rio Grande do Norte (8.188), Sergipe (6.167), Paraíba (1.237) e Alagoas (-35.450).

Os municípios baianos que se destacaram com empregos formais foram Salvador, com 15.431 postos de trabalho, seguido de Camaçari (5.016), Feira de Santana (4.858), Juazeiro (3.134), Vitória da Conquista (2.604), Lauro de Freitas (2.332), Itapetinga (1.962), Alagoinhas (1.656), Casa Nova (1.569) e Simões Filho (1.422).

Os números são do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), do Ministério do Trabalho e Emprego, divulgados, nesta quinta-feira (15), e analisados no estado pela Superintendência de Estudos Econômicos e Sociais da Bahia (SEI), autarquia da Secretaria do Planejamento (Seplan).

Ainda segundo o Caged, o estado gerou, só neste mês de junho, 3.705 mil postos formais de trabalho. Na capital baiana foram contabilizados 1.214 empregos com carteira assinada. O saldo de empregos celestistas é resultado da diferença entre 60.628 trabalhadores admitidos e 56.923 desligados.

A Construção Civil e os Serviços foram os setores de atividade que mais geraram postos de trabalho celetistas no primeiro semestre, sendo responsáveis por 17.547 e 13.455 empregos, respectivamente. Outros setores que também tiveram bons desempenhos foram a Agropecuária (12.625) e a Indústria de Transformação (11.730). O setor de Serviços Industriais de Utilidade Pública foi o que teve o saldo menos expressivo, implicando na criação de 23 postos de trabalho celetistas.

Nos últimos 12 meses, o estado gerou 109.406 postos de trabalho, crescimento de 7,89% no nível de emprego. Vale acrescentar que, nesse período, a Bahia registrou o maior saldo da Região Nordeste. Em junho, os setores de atividade que expandiram as contratações com carteira de trabalho assinada foram Construção Civil (1.184 novos postos de trabalho), Agropecuária (1.159), Serviços (961) e Comércio (775). Em contraposição, os setores Indústria de Transformação e Serviços Industriais e Utilidade Pública apresentaram resultados negativos no mês, -343 e -91 vagas, respectivamente.

Meta é ultrapassar marca dos 71 mil empregos gerados em 2009

O diretor geral da SEI, Geraldo Reis, avalia que a criação de 61 mil novos empregos formais, apenas no primeiro semestre de 2010, é um recorde histórico. “De acordo com a série histórica do Caged, os outros dois anos que marcaram resultados expressivos no primeiro semestre foram 2008, quando a Bahia gerou 46.155 novos empregos nos primeiros seis meses do ano, e em 2005 (43.125).

Tal resultado representa um excepcional dinamismo do mercado de trabalho e do conjunto da economia baiana (PIB com crescimento de 9,5% no primeiro trimestre). “Os resultados específicos do mês de junho podem significar o início de uma acomodação e de redução do ritmo de crescimento na geração de emprego a partir do segundo semestre, mas com possibilidades reais de superar a marca dos 71 mil empregos gerados em 2009”.

Reis ressalta ainda que “essa previsão está em sintonia com a perspectiva da economia baiana, com forte crescimento do primeiro semestre e uma desaceleração do ritmo no segundo semestre, mas com fortes chances do PIB baiano crescer 7% em 2010”.

O secretário do Trabalho, Emprego, Renda e Esporte, Nilton Vasconcelos, acredita que a meta de 83 mil novos empregos estimada para este ano, na Bahia, pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), será atingida. “Minha expectativa é que o estado continuará registrando números positivos nos próximos meses, mesmo com a perspectiva de retração da economia em função dos juros altos aplicados pelo Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom). O setor da construção civil continua em expansão e o segmento da agropecuária apresenta um bom momento”.

Interior é responsável por 81,8% dos empregos formais em junho

No mês junho, os postos de trabalho celetistas foram distribuídos principalmente nos municípios do interior da Bahia, responsável por 3.031 empregos celetistas (81,8%). A Região Metropolitana de Salvador (RMS) registrou um saldo de 674 empregos (18,2%).

Os municípios com mais de 30 mil habitantes que lideraram a criação de postos de trabalho formais foram Salvador (1.214 postos), Casa Nova (1.169), Juazeiro (1.070), Camaçari (445), Barra do Choça (405), Vitória da Conquista (299), Nova Viçosa (178), Barreiras (149), Simões Filho (140) e Itapetinga (125).

O diretor geral da SEI chama atenção para a tendência de desconcentração do mercado de trabalho do estado. O interior da Bahia gerou 34.223 novos empregos com carteira assinada (55,8%) e a RMS criou 27.111 empregos (44,2%).

Publicada às 15h25
Atualizada às 19h45