O Museu Casa do Sertão da Universidade Estadual de Feira de Santana (Uefs) disponibilizou para consulta pública a coleção do jornal O Pasquim. As edições foram doadas pelo professor e funcionário da Uefs, Elias Domingues Neves, e pelo escritor, cordelista e professor aposentado, Franklin Maxado, com números que compreendem de 26 de junho de 1969 a 11 de novembro de 1991 – período em que foi editado.

O Pasquim marcou época ao ser reconhecido pelo papel de oposição ao regime militar. Em plena ditadura, foi um instrumento de combate à censura, utilizando o humor como tônica de seus textos.

No início, o jornal possuía um perfil mais comportamental, abordando assuntos como sexo, drogas, feminismo e divórcio. À medida que a repressão aumentava, tornou-se mais politizado, passando a ser porta-voz da indignação social brasileira. O periódico era semanal e tinha como colaboradores, jovens intelectuais da zona sul carioca, entre eles, Paulo Francis, Tarso de Castro, Jaguar, Ziraldo, Millôr Fernandes, Henfil, Ivan Lessa, Ferreira Gullar, Sérgio Cabral e Flávio Rangel.

De uma tiragem inicial de 20 mil exemplares, chegou a superar a marca de mais de 200 mil em meados dos anos 70, tornando-se um dos maiores fenômenos do mercado editorial brasileiro.