O Instituto Central de Educação Isaías Alves (Iceia), localizado no Barbalho, em Salvador, realizou, nesta terça-feira (31), festa de confraternização, com música, exposição e exibição de vídeo, para comemorar os 60 anos da sua Faniceia, a fanfarra mais antiga da rede estadual de ensino.

O evento contou com a presença do secretário da Educação da Bahia, Osvaldo Barreto, e reuniu alunos, professores e ex-integrantes, antecipando o clima de 7 de Setembro, quando as fanfarras realizam desfile cívico pelas ruas da capital e do interior do estado para marcar a Independência do Brasil.

“A Faniceia tem a mão, a energia e a emoção de gerações. Não podemos pensar a educação apenas dentro da sala de aula. O movimento de fanfarras é transversal. Aproxima a nossa juventude da arte, da música. A construção de uma escola de qualidade passa também pela música. Nós estamos com uma política de resgate de fanfarras, por meio do projeto Fanfarras Escolares no Compasso da Juventude”, disse Barreto.

Antes do evento, a fanfarra fez uma demonstração do seu trabalho, com a execução de algumas músicas. Em seguida, no salão nobre do Iceia, os convidados conheceram um pouco da história, com exposição de troféus, fardas e instrumentos das seis décadas de existência. Um vídeo com imagens de arquivo, ao som da canção Eu Quero Apenas, interpretada por Roberto Carlos, trouxe algumas imagens de momentos importantes da fanfarra.

A presidente da Faniceia, Noélia Félix, dizia que era “um momento de muita emoção. Considero os integrantes como meus filhos. A fanfarra é pedagogia, educação musical, resgate e mais autoestima para os nossos alunos”.

Também estavam presentes na solenidade, o ex-regente Herval Cardins, 77 anos, e a diretora do Iceia, Denise Cardoso.

Empolgação

Cada representante da Faniceia não escondia a satisfação de fazer parte daquele momento. “Sempre gostei, mas nunca tive oportunidade de chegar tão perto da música. Realmente é um privilégio”, disse Adriana Cristina, de 25 anos, responsável pelo cornetão, mas que na festa estava na função de cívico, com a Bandeira do Brasil. Erick Silva de Carvalho, 17 anos, dominava o timbal. “A musicalidade é muito boa e participar destes 60 anos é de uma importância muito grande”.

Diversidade musical

Composta por 70 estudantes, incluindo ex-alunos do colégio, a fanfarra trabalha hoje com o conceito de diversidade musical. Formada por instrumentos variados, com destaque para os de sopro e percussão, passeia por clássicos, a exemplo da 9ª Sinfonia de Beethoven, mas não deixa de fora músicas mais populares como Quem de Nós Dois, de Ana Carolina, e Primeiros Erros, do grupo Capital Inicial.

Projeto investe na revitalização

Neste semestre, 55 unidades escolares receberam instrumentos musicais. Cada módulo de fanfarra, composto por 49 instrumentos (incluindo bumbos, caixas, congas, cornetas, cornetões, bombardinos, meia-lua de pandeiro, surdos, pratos e timbales), foi entregue pela SEC a 29 escolas, onde serão implantadas.

A ação faz parte do projeto Fanfarras Escolares no Compasso da Juventude, desenvolvido pela SEC para implantar e revitalizar as fanfarras, com o objetivo de fomentar o aprendizado musical e envolver os jovens no ambiente escolar. Na primeira fase o orçamento foi de R$ 600 mil, do Tesouro Estadual.