Elaborar políticas públicas mais precisas para o desenvolvimento sustentável no semiárido baiano. Essa foi a premissa defendida em Juazeiro, na abertura da quarta e última oficina para elaboração do Plano Estadual de Combate à Desertificação e Mitigação dos Efeitos da Seca (PAE-Bahia).

O Plano Estadual de Combate à Desertificação e Mitigação dos Efeitos da Seca (PAE-Bahia) está sendo construído com base em vivências populares. A sociedade tem apontado sugestões como: o beneficiamento de frutos da Caatinga; a apicultura e a utilização de espécies nativas da flora regional do Semiárido para alimentação de caprinos e ovinos; a utilização de sementes crioulas, derivadas dos cultivos tradicionais sem a utilização de agrotóxicos, entre outros.

“O processo de desertificação traz prejuízos diretos à sociedade, com perdas sensíveis para a economia dos locais atingidos, causa ainda desastres maiores na biodiversidade, atingindo os solos por erosão e diminuição dos recursos hídricos”, afirmou o diretor socioambiental do Instituto de Gestão das Águas e Clima (Ingá), José Augusto Tosato.

“Adquirimos em cada uma das oficinas uma participação crescente, com uma pluralidade de representações. A expectativa é unir um conjunto de propostas, absorvendo as experiências já testadas e bem sucedidas”, enfatizou o diretor-geral do Ingá, Wanderley Rosa Matos, que disse estar satisfeito com as proposições encaminhadas pelos participantes nas oficinas de Guanambi, Irecê e Paulo Afonso.

O Ingá, com o apoio da Universidade Estadual de Feira de Santana (Uefs) identificou 52 municípios no entorno das regiões de Guanambi, Irecê, Jeremoabo e Juazeiro vulneráveis ao processo de desertificação no Estado. Promovido pelo Ingá, na terça-feira (10), o encontro contou com a presença do representante do Ministério do Meio Ambiente, Marco Bueno, do secretário estadual de Meio Ambiente, Eugênio Spengler, dos diretores e técnicos do Ingá, além de membros da sociedade civil.