Grupos ambientalistas de Lençóis e Palmeiras, através de convênio firmado com o Instituto do Meio Ambiente do Estado (IMA), via Diretoria de Projetos Ambientais (Dipro), vêm desenvolvendo projetos que propõem a destinação adequada de resíduos sólidos gerados por esses municípios. Os projetos são orientados por técnicos da Coordenação de Projetos Socioambientais (CPSA) do IMA e visam oferecer alternativas para minimizar os impactos dos lixões na região, segundo a coordenadora da CPSA, Roberta Teixeira.

“Colaborar com esse trabalho é contribuir para a minimização da geração de resíduos sólidos, reaproveitando, reciclando, comercializando esse material e até gerando renda para as pessoas que vivem dessa prática”, afirmou Roberta.

“A ideia é sensibilizar a população para que realize a separação dos seus resíduos em casa, contribuindo para a coleta seletiva e fazendo com que os catadores passem a integrar o projeto, deixando os lixões”, disse a coordenadora.

O Grupo Ambientalista de Lençóis (GAL) já desenvolveu diversas ações de educação ambiental no município, incluindo concurso de redação, oficinas de reaproveitamento com material reciclável e de pintura de sacolas reutilizáveis para a feira, capacitação de pessoal para a realização da coleta seletiva, entre outras atividades de sensibilização com a comunidade, incentivando o reaproveitamento e reciclagem de resíduos sólidos.

Este mês começa a funcionar a prensa que vai compactar o material reciclável para a comercialização, e o GAL está firmando parcerias para a aquisição de um terreno maior, onde será construído um galpão para separação e armazenamento dos materiais. “Falta instalar o padrão trifásico de energia e começaremos a prensar o material. Também estamos investindo num carro para puxar a carreta-reboque, que já temos aqui, para realizar a coleta seletiva”, afirmou Alexandre Suleimã, líder do GAL.

Renda para os catadores

O Grupo Ambientalista de Palmeiras (GAP) já está fazendo desde a coleta seletiva até a comercialização do material reciclável, gerando renda que é revertida aos catadores. “Hoje, já comercializamos, em média, uma tonelada de material reciclável por mês, o que garante a sustentabilidade do projeto”, afirmou Janaína Loughran, uma das participantes voluntárias do grupo.

O GAP dispõe de carrinhos adequados para a coleta, um espaço grande onde é feita a separação dos resíduos e uma prensa onde os materiais, em maioria, plásticos e papéis, são compactados. Depois da compactação, é feita a amarração dos fardos, que seguem de caminhão para a venda em Feira de Santana.

Entre as pessoas que fazem parte dessa cadeia de reciclagem está Ivonete de Souza, que encontrou no projeto uma alternativa de obter renda, preservando o meio ambiente. “Gosto de fazer esse trabalho, porque a gente está ajudando a preservar a natureza”, observou Ivonete, consciente das questões ambientais e animada com o avanço das atividades em Palmeiras. “Às vezes, a gente passa o dia todo prensando material”.