Algumas áreas da Baía de Todos-os-Santos se tornaram verdadeiras fazendas de uma planta abundante em suas águas, mas que não estavam sendo exploradas em todo o seu potencial – as macroalgas marinhas. Elas estão sendo produzidas por marisqueiras das localidades de Manguinhos e Misericórdia e, em alguns meses, serão transformadas em sabonetes, mousses e até balas, que podem ser vendidas no mercado a R$ 30, o quilo.

A atividade faz parte do Projeto de Cultivo de Macroalgas Marinhas, realizado pela Secretaria de Agricultura, Irrigação e Reforma Agrária (Seagri), por meio da Bahia Pesca, com o apoio do Fundo Estadual de Combate e Erradicação da Pobreza (Funcep).

“As mudas de algas, com cerca de 30 gramas, são plantadas em cordas presas a balsas, que ficam submersas próximas à superfície da água. Dentro de dois meses elas alcançarão mais de um quilograma e poderão ser colhidas, secadas e transformadas em produtos diversos”, explica o presidente da Bahia Pesca, Isaac Albagli. Na fase atual, as macroalgas já crescidas são repicadas e transformadas em novas mudas para aumentar a produtividade das comunidades envolvidas com o projeto.

“Enquanto as plantas estão crescendo, as famílias produtoras – cerca de 40 – passarão por um curso de capacitação sobre como agregar valor às algas secas, fabricando os produtos que serão vendidos aos consumidores finais”, afirma Albagli. As marisqueiras envolvidas na produção não precisam parar suas atividades diárias para criar as algas, já que não é necessária dedicação exclusiva. “Bastam algumas horas por semana”.

Além dos produtos feitos pelas próprias marisqueiras, as algas podem ser vendidas diretamente a indústrias químicas, farmacêuticas e de cosméticos. A expectativa é de que as duas comunidades produzam 24 toneladas de algas por ano.