Debater e aprofundar os conhecimentos sobre dança, religião, música, culinária, artes cênicas, indumentárias, estética, entre outros elementos da cultura afrodescendente. Esta é a proposta central do 1º Seminário Nacional de Turismo Étnico Afro, que acontece até sexta-feira (13), no Centro de Convenções da Bahia, em Salvador.

Promovido pela Bahiatursa, em parceria com a Secretaria Estadual do Turismo (Setur), o evento foi aberto oficialmente nesta quarta-feira (11), reunindo autoridades políticas, historiadores, representantes de entidades afro, militantes do movimento negro e estudantes de todo o país. São esperadas 500 pessoas por dia, que vão participar de mesas-redondas e debates com os palestrantes.

A presidente da Bahiatursa, Emília Silva, afirmou que o objetivo principal da iniciativa é reunir toda a cadeia produtiva do turismo étnico para uma discussão teórica, visando ampliar o conhecimento e trocar experiências sobre o segmento. “Queremos recolher contribuições, até mesmo para apontar estratégias de marketing que vão nortear nossa presença e a promoção nos mercados nacional e internacional. Estamos trazendo aqui algumas experiências de outros estados do Brasil, a exemplo do Rio de Janeiro e de Alagoas”, afirmou Emília.

O interior também estará no centro das discussões. A Bahiatursa está fazendo um mapeamento de todas as manifestações culturais presentes no estado, como a Festa da Boa Morte, em Cachoeira, e o candomblé de Maragojipe, considerado o mais antigo do país. O passo agora, segundo a presidente da empresa, é mapear outras regiões, além do Recôncavo, a exemplo da Chapada Diamantina.

Pioneirismo

A Bahia, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), possui cerca de 80% da sua população formada por afrodescendentes. Portanto, esse projeto desenvolvido pela Setur e Bahiatursa, trabalhando a cultura afro como produto de turismo étnico, foi considerado pioneiro pelo Ministério do Turismo.

O secretário estadual do Turismo, Antônio Carlos Tramm, destacou o turismo étnico como um produto novo, que começou com a implantação do voo diário Salvador/Miami, da American Airlines. A nova rota proporcionou um aumento superior a 300% no número de desembarques diretos dos Estados Unidos para a Bahia.

A expectativa dos organizadores é que o seminário entre no calendário de eventos definitivos da capital baiana a partir de 2011 e seja internacionalizado.

Feira de produtos

Paralelamente ao seminário, acontece a 1ª Feira de Produtos Afro da Bahia, que traz como tema a África Baiana. Os visitantes terão a oportunidade de conhecer roupas de santo, bordados de richilier, renda de bilro, adereços de orixás e música negra.

Os principais blocos afro da Bahia, como Ilê Aiyê, Malê de Balê, Cortejo Afro, Olodum e Filhos de Gandhy, também estarão vendendo seus produtos (camisetas, instrumentos musicais, chaveiros). 

Publicada às 11h45
Atualizada às 14h