Com processamento inicial de 12 toneladas de pólen e capacidade instalada de até 72 toneladas ao ano, será inaugurada, na próxima sexta-feira (17), no município de Canavieiras, a primeira indústria exclusiva para o processamento de pólen do Brasil. A iniciativa é resultado de parceria entre a Secretaria Agricultura (Seagri), por intermédio da Superintendência da Agricultura Familiar da Seagri (Suaf), e a Associação Canavieirense de Apicultores (Acapi).

Para viabilizar a comercialização da produção apícola no território nacional, o empreendimento aguarda a emissão do Selo de Inspeção Estadual (SIE), com equivalência ao Sisb, a ser emitido pela Agência de Defesa Agropecuária da Bahia (Adab), tornando-se também pioneiro na aquisição da certificação.

A inauguração integra o programa do 1º Encontro Regional da Cadeia Produtiva do Pólen da Bahia e Feira Territorial a serem realizados conjuntamente nos dias 16 e 17 deste mês, em Canavieiras, na Secretaria da Educação Municipal. Promovem o evento, a Seagri, em parceria com o Sebrae e a Acapi, que contará com a participação de apicultores, empresários, estudantes, especialistas do setor.

No ranking nacional, os estados da Bahia e de Santa Catarina lideram e respondem pela quase totalidade da produção in natura do pólen no país. Incentivados pelo desenvolvimento apícola baiano, os estados de Sergipe e Alagoas já fomentam a produção e estarão representados no evento.

Além de ser o maior produtor e o pioneiro na produção baiana, o município de Canavieiras se destaca em relação à frequência no período de produção, que vai do mês de janeiro a dezembro, tendo como florada principal as palmáceas, inclusive a palmeira de dendê, camaçari e cajá. Dentre as especificidades para uma produtividade também recorde estão o uso de tecnologia adaptada, garantidos por meio da parceria com a Universidade de Taubaté, em São Paulo.

O município-sede também alcançou recorde mensal de produção média de pólen por colmeia, com a marca de 48 quilos. Uma variação significativa, quando comparada ao último número que pertencia ao Rio Grande do Sul – 900 gramas. Atualmente, a Bahia comercializa no atacado, de forma indireta por São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais, existindo demanda para os estados de Goiás, Rio Grande do Sul e Distrito Federal. Em Canavieiras, o pólen é comercializado no atacado por indisponibilidade de oferta no varejo.

Por incentivo à cadeia, o governo da Bahia já inseriu 10 mil apicultores no estado e, para isso, a Seagri está promovendo o cadastramento e inspeção dessas unidades de beneficiamentos, garantidos pela Agência de Defesa Agropecuária da Bahia (Adab), além de apoiar projetos e iniciativas de incremento da produção. Para a especialista em apicultura da Seagri, Marivanda Eloy, a indústria de pólen vai agregar valor ao produto e ampliar a renda dos pequenos produtores.

Ainda segundo ela, o preço do pólen praticado varia nas diversas formas de comercialização. No atacado, o quilo do produto processado custa R$ 50, e no varejo é cotado entre R$ 30 e R$ 150. “A valorização se deve, entre outras coisas, ao conhecimento por parte do consumidor sobre as propriedades nutricionais do pólen, rico em proteínas e vitaminas, considerado importante fonte energética”.

Pólen apícola

Segundo a Normativa nº 03 de 19 de Janeiro de 2001 do Ministério de Agricultura e do Abastecimento (Brasil/2001), o pólen apícola é resultado da aglutinação do pólen das flores, efetuada pelas abelhas operárias, mediante néctar e suas substâncias salivares, o qual é recolhido no ingresso da colmeia.

Encontro regional

No 1º Encontro Regional da Cadeia Produtiva do Pólen da Bahia, haverá uma sessão de palestras com pesquisadores considerados atualmente como as maiores autoridades na área de pólen em nível nacional e internacional, dentre eles, a pesquisadora da Universidade de Taubaté-SP, Lidia Barreto. Em paralelo ao evento acontecerá a Feira Territorial, com a participação de fornecedores de equipamentos apícolas e artesanato da agricultura familiar da região.

O encontro potencializará, dentre outras coisas, segundo o secretário Eduardo Salles, a união e cooperação dos apicultores da região, para, por meio de suas entidades representativas, proporcionar a unificação de políticas públicas e ações para o desenvolvimento do setor, visando ao fortalecimento de sua capacidade organizacional, gerencial e empreendedora, com o objetivo do Estado se consolidar como o maior produtor nacional de Pólen.