Após um curso de capacitação, 120 famílias de Taperoá, no baixo sul do estado, participam do projeto de piscicultura familiar desenvolvido pela Secretaria Estadual de Agricultura, Irrigação e Reforma Agrária (Seagri), por meio da Bahia Pesca, em parceria com a prefeitura e associações de pequenos produtores do município.

Nesta sexta-feira (3), famílias da comunidade São João, que aderiram ao projeto, executaram mais uma etapa da despesca (retirada dos peixes já crescidos). Na localidade, distante 30 quilômetros da sede do município, 120 pequenos produtores, membros da Cooperativa Agrícola Mixta do Projeto Onça, desenvolvem a atividade.

Há um ano, 36 tanques de quatro comunidades da zona rural de Taperoá (Rio Negro, São João, Marimbá e Tanques) foram povoados com 250 mil alevinos de tilápia e tambaqui. Passados oito meses do povoamento dos tanques, os peixes que chegaram ao tamanho ideal começaram a ser retirados.

Parte do pescado é dividida entre as famílias e o restante é comercializado. O quilo do produto varia entre R$ 5 e R$ 8. O presidente da cooperativa do Projeto Onça, Delson Damião, participa da iniciativa com a família. “É um prazer muito grande para nós, agricultores, criarmos o peixe. Além de reforçar nossa renda, temos a certeza de estar oferecendo um peixe fresco, de qualidade para nossa família e vizinhos. Somente nessa aguada (tanque) esperamos tirar uns 300 quilos de peixe”.

Para garantir a qualidade, logo que é realizada a despesca, os peixes são colocados em caixas com gelo, onde são abatidos e, em seguida, encaminhados para o comércio local ou para a Unidade de Beneficiamento de Pescado, construída pela Bahia Pesca e cedida para a Colônia de Pescadores Z53.

Nas cooperativas, a piscicultura normalmente é realizada como fonte de renda complementar e, além do consumo, os associados têm a liberdade de escolher a forma de comercialização que pode ser direta ao consumidor. “Na época da despesca, a Seagri faz a intermediação junto à Conab para que faça a distribuição de parte do peixe. Instituições filantrópicas também são beneficiadas”, informou o secretário do Turismo, Meio Ambiente e Pesca de Taperoá, Luiz Paixão.

Cultura do guaraná

Paralelamente à piscicultura, a produção de guaraná natural e orgânico é outra atividade que contribui para a diversificação e mantém os pequenos produtores no campo. O município é o maior produtor de guaraná do Brasil e, em função desta vocação, está sendo realizada até a próxima terça-feira (7), a 1ª Feira da Agricultura e Aquicultura Familiar, batizada estrategicamente como Expo Inter Guaraná.

Segundo o secretário Luiz Paixão, “é um evento de suma importância, pois faz com que nosso município, maior produtor de guaraná da Bahia e do Brasil, seja conhecido. Também é uma oportunidade para divulgarmos o trabalho de piscicultura familiar”.

De acordo com o diretor técnico da Bahia Pesca, Marcos Rocha, desde que foi colocado em prática, na Bahia, o projeto está sendo executado dentro do previsto, atendendo ainda as regiões de Feira de Santana, Ipirá, Utinga, Ibirataia, entre outros. “O peixe já faz parte da nossa culinária e isso facilita a comercialização do produto”.