O maior hospital da rede pública da Bahia – Geral Roberto Santos – tem também o maior desafio – o de garantir assistência qualificada em um setor de Emergência porta aberta, onde são recebidos mais de 550 pacientes/dia vindos das unidades da rede básica, de outros hospitais ou de forma espontânea.

Buscar caminhos para o melhor atendimento a essa população, por meio da educação permanente, é o principal objetivo do I Curso de Urgências Médicas da unidade, que acontece nesta quinta e na sexta-feira (30 e 1º), no seu auditório, reunindo mais de 200 profissionais das redes pública e privada de hospitais.

O curso representa “uma excelente oportunidade de atualização para profissionais médicos e residentes, enfermeiros e de todas as demais categorias ligadas direta e indiretamente à área de saúde, que atuam dentro das Emergências e alavanca ainda mais a produção científica no HGRS, um hospital de ensino credenciado junto ao Ministério da Educação”, destacou o diretor de Ensino, Marcos Clarêncio.

O diretor geral do HGRS, Paulo Barbosa, relacionou os ganhos obtidos pelo hospital no enfrentamento ao desafio de uma Emergência onde não se recusa atendimento aos pacientes, a exemplo da implantação do Acolhimento com Classificação de Risco, ou Pré-Atendimento, e a chegada de novos profissionais concursados pela Secretaria da Saúde do Estado (Sesab). Ele também falou sobre a importância da educação permanente e apontou a criação do Comitê de Ética em
Pesquisa como mais um fomentador da atividade científica na unidade.

Complexidade
Para o diretor de Gestão da Rede Própria da Sesab, Renan Araújo, quanto mais qualificada a assistência, melhor resolutividade na gestão hospitalar. Segundo ele, o Roberto Santos, cumpre um papel importante na assistência e também no ensino, a exemplo da discussão de temas importantes como os que estão em pauta no curso. “O HGRS cada vez mais aprofunda a característica de hospital de ensino, abrindo novas vagas para a Residência Médica e criando um forte elo entre a educação e a assistência, dois aspectos que não podem estar dissociados”.

Com ele concorda a superintendente de Atenção Integral à Saúde e de Assistência Farmacêutica, Ciência e Tecnologia em Saúde, Gisélia Santana, que representou no evento o secretário estadual da Saúde, Jorge Solla. Ela ressaltou que os dois fatores se complementam e interagem e o HGRS, ao mesmo tempo em que desempenha um papel estratégico na assistência de alta complexidade – a sua real vocação – convive com o paradoxo de ter uma Emergência porta aberta, o que traz conseqüências, mas também benefícios a serem desfrutados.

No evento estão em discussão temas que fazem parte do cotidiano dos profissionais das Emergências como a ressuscitação cardiopulmonar e cerebral, o atendimento ao paciente em choque, as infecções virais e não virais, as urgências e emergências neurológicas, o abdômen agudo, as manifestações reumatológicas, o diabetes, emergências hipertensivas, síndrome coronariana aguda, asma e insuficiência respiratória, o paciente oncológico, as intoxicações e diarreias, morte cerebral e transplante de órgãos.