Responsável pelas perícias nos crimes de sonegação fiscal, clonagem de cartões de crédito e determinação de autoria, origem do material e distribuição de pornografia nos casos de pedofilia no ambiente virtual, a Coordenação de Computação Forense, vinculada ao Departamento de Polícia Técnica da Bahia (DPT), trabalha com uma demanda de aproximadamente 20 casos por mês. O estado foi o primeiro a emitir laudos para este tipo de ocorrência.

De acordo com o coordenador Paulo César Teixeira Vieira, este é um tipo de crime que deixa rastros pouco visíveis sem o uso da ferramenta forense adequada. Portanto, a prova material resultante da perícia tem um valor diferenciado e é muito importante para incriminar possíveis suspeitos. Para a realização das perícias, a coordenação utiliza o software Encase Forensic, programa de ponta internacionalmente usado pelas polícias forenses no mundo.

Além da Computação Forense, o DPT conta ainda com a Coordenação de Perícias em Audiovisuais, responsável por exames como tratamento de sinal degradado, visando melhorar a qualidade de uma gravação, verificação de edição, exame capaz de determinar se em uma gravação existe alguma montagem fraudulenta, e verificação de locutor para identificação de pessoas por meio da voz.

"Já fizemos perícias de determinação de locutor para quase todos os estados da federação", afirma o coordenador de Perícias em Audiovisuais, Antônio José Gil Ferreira, justificando que a Bahia é referência no campo da fonética.

A Coordenação de Audiovisuais também se destaca pelas pesquisas realizadas e técnicas desenvolvidas na área. Dentre os trabalhos elaborados, três serão apresentados no 20º International Symposium on the Forensic, em Sidnei, Austrália, entre os dias 5 e 9 deste mês.

Embora tenham suas especificidades, as duas coordenações trabalham no combate aos crimes digitais. Nos casos de pedofilia, por exemplo, enquanto a Computação Forense busca o autor, o distribuidor e a origem do material pornográfico infantil, a equipe de perícias em Audiovisuais avalia se aquele material é resultado de montagem, se passou por edição, e se realmente se trata de pedofilia como forma de qualificação do delito.