A taxa de desemprego na Região Metropolitana de Salvador (RMS) passou de 16,9%, em julho, para 16,3%, em agosto. A informação consta da Pesquisa de Emprego e Desemprego da RMS (PEDRMS), realizada pela Superintendência de Estudos Econômicos e Sociais da Bahia (SEI), autarquia da Secretaria Estadual do Planejamento (Seplan), em parceria com o Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos (Dieese), Fundação Seade e Secretaria Estadual do Trabalho, Emprego, Renda e Esporte (Setre).

O índice de desemprego na RMS captado em agosto é o menor da série histórica da pesquisa, iniciada em dezembro de 1996. O contingente de desempregados foi estimado em 310 mil pessoas no período, portanto, seis mil a menos em relação ao mês anterior. Esse comportamento deveu-se ao crescimento do nível de ocupação (40 mil), que foi superior ao das pessoas que passaram a fazer parte da força de trabalho local (34 mil). A coordenadora da PEDRMS pelo Dieese, Ana Margaret Simões, observou que a redução dos índices de desemprego tem relação direta com a manutenção do dinamismo econômico do país.

A elevação do nível de emprego em agosto foi determinada pelo acréscimo no contingente de trabalhadores no setor de serviços (37 mil ou 4%), no agregado outros setores, que inclui serviços domésticos e outras atividades (5 mil ou 4%), e na construção civil (3 mil ou 2,7%). Houve ainda redução no contingente de ocupados no comércio (5 mil ou 2%), enquanto o da indústria manteve o mesmo patamar do mês anterior.

O emprego assalariado registrou crescimento (18 mil ou 1,7%) no mês em análise. Esse desempenho decorreu do aumento no nível de ocupação no setor privado (5 mil ou 0,6%) e, em maior magnitude, no setor público (11 mil ou 4,9%). No setor privado, houve acréscimo no contingente de trabalhadores sem carteira de trabalho assinada (5 mil ou 3,8%), enquanto o dos com carteira assinada permaneceu idêntico ao do mês passado. Houve aumento no contingente de trabalhadores autônomos (16 mil ou 5,3%), no de domésticos (4 mil ou 3,5%) e no do agregado outros setores, que inclui os empregadores, trabalhadores familiares e donos de negócios familiares (2 mil ou 2,3%).

O analista da PEDRMS pela SEI, Luiz Chateaubriand, disse que a redução do desemprego tem vindo acompanhada de aumento no rendimento médio real da população. Ele avaliou que grande parte da melhoria da renda vem na esteira do crescimento do salário mínimo, que referencia os proventos da grande parte da população da RMS.

O rendimento médio do trabalhador da RMS foi de R$ 1.106 em julho, contra R$ 1.081 verificados em junho – a renda captada pela PEDRMS tem defasagem de um mês em relação aos demais indicadores.

Contingente diminui em 57 mil nos últimos 12 meses

Em relação a agosto de 2009, a taxa de desemprego diminuiu intensamente, ao passar de 20% para os atuais 16,3% da População Economicamente Ativa (PEA). O contingente de desempregados diminuiu em 57 mil pessoas no período, como resultado da geração de 123 mil ocupações, número superior ao de pessoas que entraram no mercado de trabalho (66 mil).

Nos últimos 12 meses, o número de ocupados aumentou 8,4%, passando de 1.468 mil para 1.591 mil pessoas. Observou-se crescimento na maioria dos setores de atividade econômica analisados: serviços (87 mil ou 9,9%), construção civil (20 mil ou 21,1%) e indústria (16 mil ou 13,8%). Os contingentes dos trabalhadores no comércio (1 mil ou 0,4%) e no agregado outros setores, que inclui os serviços domésticos e outras atividades (-1 mil ou -0,8%), permaneceram praticamente inalterados.