Artistas da música baiana representam o estado em grandes eventos culturais no exterior por meio do Bahia Music Export, programa da Secretaria Estadual de Cultura (Secult) de promoção e intercâmbio internacional.

A Bahia está representada na Expo Xangai, na China, com comitiva integrada pelo Ilê Aiyê e BaianaSystem, e na Womex, na Dinamarca, com o Samba Chula de São Braz (Santo Amaro). Esses eventos são considerados os mais importantes do setor cultural no mundo.

“Nossa política de internacionalização da cultura baiana tem dado bons resultados. Passando pelo nosso Programa de Mobilidade Artística, com editais que têm permitido viagens e residências artísticas no exterior, temos mostrado a cara de uma Bahia contemporânea”, afirmou o secretário de Cultura, Márcio Meirelles.

“Com o Bahia Music Export, queremos divulgar a diversidade de nossa cultura musical, indo do Ilê Aiyê, que é uma das vitrines do Carnaval Ouro Negro, até a BaianaSystem, que tem feito uma releitura da guitarra baiana. É um grande momento para nossa cultura”, disse o secretário.

A Expo Xangai 2010 reúne 190 países e 50 organismos internacionais, com expectativa de receber um total de 70 milhões de visitantes durante os seus seis meses de realização (maio a outubro).

O evento, de caráter essencialmente cultural e popular, visa promover o desenvolvimento e a cooperação internacional através de intercâmbio cultural, econômico e tecnológico. Com o tema Cidade Melhor, Vida Melhor, a Expo Xangai será a primeira focada na questão urbana.

“A potência multicultural de Salvador estará representada por suas manifestações artísticas desenvolvidas no espaço público, pelo fazer artístico e pela criatividade de sua gente, tanto a partir da herança africana quanto de sua criação contemporânea, que permeiam as relações sociais e produtivas e delineiam a vida cotidiana da maior cidade negra fora da África”, explicou a assessora-chefe de Relações Internacionais da Secult, Monique Badaró.

Diversidade e dinâmica cultural de Salvador
A Secretaria Estadual de Cultura participará do evento, entre os dias 18 e 22 deste mês, para apresentar mundialmente a diversidade e a dinâmica da principal cidade da Bahia: Salvador. Durante esse período, o governo do Estado promove o seminário Oportunidades de Investimentos na Bahia.

Os típicos carrinhos de café baiano vão circular em frente ao Pavilhão do Brasil e pelas ruas da Expo Xangai, tocando a música da Boa Terra. Expressões criativas do espaço urbano de Salvador, eles funcionam como lojas ambulantes e ocupam diariamente as ruas da capital.

Além do cafezinho, os vendedores oferecem produtos como balas, pipocas, salgadinhos e cigarro. Criados para facilitar a locomoção com as mercadorias, esses carrinhos artesanais ganham som, cores e os mais variados acessórios, segundo a estética e a identidade do seu dono.

A música baiana estará também em shows de grande porte, abertos ao público no American Stage. O primeiro representa o Carnaval Ouro Negro, programa da Secult que fomenta e fortalece a presença da expressão cultural de matriz africana no Carnaval de Salvador.

Para representar esse valioso universo, o Ilê Aiyê vai se apresentar, mostrando a razão de ser conhecido como a ‘pérola negra’ da cultura baiana. Mais antigo bloco de Salvador, o Ilê foi criado em 1974, no bairro do Curuzu/Liberdade, maior comunidade afrodescendente do Brasil.

Das tradições à contemporaneidade do estado, outro grupo que fará shows é o BaianaSystem, uma banda jovem, mas já consagrada pela proposta de divulgar e explorar novas possibilidades sonoras da guitarra baiana.

O grupo insere a guitarra baiana em diversos outros gêneros musicais, como o ragga, dub, guitarrada e lambada, trazendo o peculiar timbre desse instrumento às sonoridades contemporâneas, em uma leitura atual de uma sólida tradição. Além das apresentações, o BaianaSystem faz também um workshop.

Para o encerramento da temporada, os DJs Dudu, MC Daganja e Sartorello fazem performances no US Stage, apresentando todo o universo da musicalidade da Bahia, utilizando as bases dos blocos afro, as batidas soul, funk, ragga, bossa nova, samba reggae, a black music eletrônica, o axé baiano e finalmente a música baiana dançante.

Transmissão ao vivo pela Rádio Educadora FM
Toda a programação terá transmissão ao vivo pela Rádio Educadora FM, administrada pelo Instituto de Radiodifusão Educativa da Bahia (Irdeb), unidade da Secult.

A transmissão será feita via linha telefônica (Codec) e/ou internet banda larga, podendo retransmitir por satélite o conteúdo gerado para um número expressivo de rádios conectadas em todo o território nacional, através da criação de uma rede com a Associação das Rádios Públicas do Brasil (Arpub).

A produção de boletins diários, a cobertura jornalística da Expo Xangai e as entrevistas com os mais diversos artistas e personalidades alimentarão toda a rede de comunicação na Bahia.