Conciliar questões ambientais com o desenvolvimento social é o principal compromisso a ser defendido na 2ª Cúpula da Terra, na opinião do socioeconomista Ignacy Sachs. Ele foi um dos convidados do seminário “Diálogos sobre Desenvolvimento: a Bahia rumo à 2ª Cúpula da Terra”, que também contou com a presença de Geraldo Reis, diretor geral da Superintendência de Estudos e Informações (SEI), que apresentou alguns dos indicadores a serem usados no Observatório da Equidade Bahia (OE). O evento aconteceu na tarde desta quinta (18), no auditório do Instituto Anísio Teixeira (IAT), na Paralela.

Em relação às principais propostas a serem discutidas na 2ª Cúpúla da Terra, Ignacy Sachs citou o combate ao aquecimento global, por meio da redução de emissão de gases que contribuem para o efeito estufa e o avanço na melhoria dos índices de qualidade de vida, através de medidas como a criação de empregos. Sachs sugeriu ainda a implantação do imposto sobre o Carbono, instrumento de pressão para que os países diminuam a poluição emitida por combustíveis à base do elemento químico. Além disso, propõe a criação de redes de cooperação científica e tecnológica, obedecendo não à geografia convencional, mas a dos biomas, unindo países com composições biológicas semelhantes.

Sobre a participação da Bahia na Cúpula da Terra, que será no Brasil em 2012 e dos desafios para o desenvolvimento, o economista afirmou que o estado é um “imenso laboratório”, por ser geograficamente amplo e rico em biomas, com “tarefas grandes e apaixonantes” a serem realizadas para melhorar a sua qualidade de vida.

Proposta em 2007 pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva na Assembleia Geral da ONU, a conferência mundial tem como objetivo renovar o compromisso dos líderes mundiais com a questão ambiental 20 anos após a Rio92, que discutiu a relação entre meio ambiente e desenvolvimento sustentável, e 40 anos após a 1ª Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento, que ocorreu em Estocolmo, em 1972.

Conduzido pelo coordenador-executivo do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social (CODES), Emilson Piau, o evento, aberto ao público, foi composto por representantes de secretarias estaduais, de universidades e de organizações da sociedade civil, além de conselheiros do CODES.