A beleza e a força de mulheres de diferentes países da África estarão reveladas na exposição Mulheres Africanas, que será aberta na próxima sexta-feira (12), às 18h30, na Galeria do Conselho de Cultura da Bahia. A mostra fica em Salvador até 06 de dezembro, como parte da programação do Novembro Negro, projeto coordenado pela Secretaria de Promoção da Igualdade (Sepromi), em alusão ao Dia da Consciência Negra.

Senegal, Nigéria, Libéria, Cabo Verde, Burkina Faso, Togo, Costa do Marfim são nações, cujas retratações femininas poderão ser conferidas no trabalho da artista plástica paulista Surama Cagiamo que, pela primeira vez, expõe na capital baiana.

A mostra tem como objetivos estimular o reconhecimento e a identificação do povo da Bahia com as suas origens africanas; fomentar a reflexão sobre o papel da mulher no mundo e na sociedade, principalmente, a mulher negra; valorizar as raízes, a cultura e a arte afro-brasileira; incentivar o interesse pelo continente africano.

Esculpidas em tamanho natural – entre 1,83 e 1,97 metros – as obras são produzidas com material reciclado, tendo como base o MDF. As cores são adquiridas com a pintura e colagem de papel de jornais e revistas, aplicado em CDs reutilizados.
Transformados em pequenos pedaços, os CDs forram a base do MDF com a técnica do mosaico. Já os acessórios, como pulseiras, braceletes e colares, são feitos com pedaços de plástico, PVC, casca de árvore, pedra, semente, arame e papel.

A busca da mulher africana por melhores condições de vida também não difere da realidade de mulheres do mundo inteiro, inclusive as baianas, das que são discriminadas pela sociedade. A herança da cultura africana é mais um componente desta exposição que traz estampada, em cada obra, a simbologia da memória, música, dança, artesanato, religião, culinária e outros símbolos que traduzem a postura e a beleza da mulher africana, como as cores vibrantes em seus trajes e acessórios.

Ocupar espaços
O Novembro Negro consiste na realização de uma série de atividades, visando à reflexão sobre a ocupação dos espaços pelo homem negro e a mulher negra na sociedade contemporânea, e sobre as possibilidades de reversão dos quadros de discriminação e de exclusão desta população.

A ação é desenvolvida, anualmente, pela Sepromi em parceria com o Conselho de Desenvolvimento da Comunidade Negra (CDCN), envolvendo iniciativas governamentais e da sociedade civil em todo o estado. Este ano, quando o Governo da Bahia fecha o ciclo dos primeiros quatro anos de instituição da Sepromi, inserindo a agenda de promoção da igualdade racial e de gênero na esfera de governo estadual, o Novembro Negro traz a Salvador a exposição Mulheres Africanas.

“Através das obras, que são inspiradas na beleza e na força de mulheres de diferentes países africanos, o objetivo é que todas as mulheres, de qualquer raça ou posição social, possam ver um pouco de si mesmas em cada obra”, afirma Surama Cagiamo.