Para assegurar a qualidade no atendimento aos portadores de DST/Aids, o Governo do Estado, por meio da Secretaria Estadual da Saúde (Sesab), concluiu, nesta quinta-feira (11), no Hotel Sol Bahia, em Patamares, a elaboração do Plano de Ações e Metas (PAM) para o ano de 2011. O objetivo é definir prioridades das ações do estado no âmbito das DSTs/Aids.

Durante três dias, 26 coordenadores municipais de DST/Aids e técnicos das 31 Diretorias de Saúde (Dires) elaboraram o Plano, que deve ser aprovado, até o final deste ano, pelo Conselho Estadual da Saúde.

Na Bahia, 11.967 casos de HIV foram notificados. Desse total, 96,77% ocorreram em adultos e 386 em crianças menores de 13 anos. A maior ocorrência está em Salvador, com 51% do total de casos, seguido de Vitória da Conquista e Feira de Santana. Atualmente, 84% dos municípios baianos registram pelo menos um caso de Aids.

De acordo com a coordenadora estadual de DST/Aids, Maricélia Macedo, 26 municípios baianos contam com serviços de atenção especializada, que atendem pessoas soropositivas. Somente em Salvador, sete unidades de saúde disponibilizam tratamento às pessoas com HIV, entre eles, o Hospital Roberto Santos, o Centro Estadual Especializado em Diagnóstico, Assistência e Pesquisa (Cedap) e o Hospital Couto Maia.

No Cedap, onde são atendidos adultos e crianças com HIV, a assistência é integral. Na unidade, os pacientes fazem exames para diagnosticar o vírus e recebem tratamento antirretroviral. O centro oferece uma equipe multiprofissional, com dentista, psicólogos, neurologista, entre outros, e também atende pediatria.

Segundo a pediatra Cynthia Lourenzo, geralmente as crianças são encaminhadas já nos primeiros dias de vida, quando há constatação de que a mãe é soropositivo. Elas são submetidas a exames médicos capazes de diagnosticar a doença como o carga viral, feito no primeiro mês do bebê.

Lourenzo explica ainda que a transmissão do HIV na criança se dá principalmente por meio da mãe. Isto pode ocorrer durante o parto ou na amamentação. Porém, os casos em crianças são muitos menores – apenas 2% das ocorrências.

“Quando a mãe é detectada como soropositivo, iniciamos um tratamento antirretroviral durante a gravidez e a orientamos a fazer parto cesário. Não deixamos acontecer o parto normal, senão a criança é infectada. Com isso, evitamos o registro de casos em bebês”, explica a pediatra. Além dos atendimentos, o Estado conscientiza as pessoas a se prevenir, por intermédio de campanhas nas comunidades e em escolas, além da distribuição de preservativos.