Tapetes, mandalas, bolsas, brincos, colares e utensílios domésticos fabricados com fibras do sisal e da piaçava são alguns dos produtos comercializados nos estandes da cadeia produtiva do sisal, no espaço intitulado ‘Vida no Campo’, dedicado à agricultura familiar, durante a 23ª Feira Internacional da Agropecuária (Fenagro).

A Feira acontece até o próximo domingo (5), no Parque de Exposições de Salvador e, além dos produtos, os visitantes têm a oportunidade conhecer o processo produtivo, que tem seu início no plantio, passa pelo desenvolvimento das fibras e segue até o destino final, a comercialização. Durante as visitas, as explicações são oferecidas por técnicos da Empresa Baiana de Desenvolvimento Agrícola (EBDA), órgão vinculado à Secretaria da Agricultura, Irrigação e Reforma Agrária do Estado da Bahia (Seagri).

De acordo com a artesã e expositora Andrea da Silva, a EBDA articulou, mobilizou, capacitou e ajudou a formar o grupo de 28 mulheres da região da bacia do Jacuípe. “O artesanato com a fibra do sisal mudou o quadro de nossas vidas, se tornou mais uma fonte de renda. O público da Fenagro tem correspondido às nossas expectativas”, afirma a artesã de Nova Fátima, na Bacia do Jacuípe.

Ao visitar o estande, a pessoa é orientada pelos técnicos da EBDA sobre cada fase do processo produtivo das fibras. “Quando apresentamos as características das fibras, suas riquezas, utilidades e a sua importância para o agricultor familiar, automaticamente é despertado o interesse nas pessoas em adquirir pelo menos um dos produtos aqui expostos”, explica Gileno Santos, técnico da empresa em Camamu.

Ouro verde do sertão
Para Agnaldo Araújo, de Conceição do Coité, e também técnico da empresa, o sisal é o ouro verde do sertão, onde se tornou o maior gerador de emprego e renda da região sisaleira. Quem visita o estande da Cadeia Produtiva do Sisal pode perceber que o processo produtivo do sisal começa com o plantio. Para chegar ao produto final a planta é cortada, passada por uma máquina desfibradora, da qual sai a fibra de sisal bruta, levada para a batedeira, de onde se extrai a fibra beneficiada, pronta para ser classificada, prensada, comercializada e até exportada, principalmente para a produção de cordas e fios.

No estande da piaçava, produto muito extraído por comunidades quilombolas e ribeirinhas, pode-se observar que toda a estrutura da planta é utilizada, a exemplo da tala que serve para a produção de forros e cortinas. Já a fibra é a matéria prima para a fabricação de vassouras e artesanatos, e o coco, também chamado de marfim natural, é utilizado na fabricação de bijuterias e jóias.