O município de Luís Eduardo Magalhães, no oeste da Bahia, ganhou na noite de quinta-feira (2) a primeira grande avícola da região. O Complexo Avícola Mauricéia Alimentos, implantado no Distrito Industrial de Luís Eduardo Magalhães, é composto por uma fábrica de rações, abatedor industrial e unidade de armazenamento de grãos, além de granja de matrizes, e para engorda, em Barreiras. Inicialmente serão abatidos 150 mil frangos por dia, com previsão de aumento para 300 mil.

Segundo o secretário da Agricultura, Eduardo Salles, que participou da inauguração da avícola representando o governador Jaques Wagner, a implantação do empreendimento marca um grande e importante avanço na agroindustrialização da Bahia “e na busca da autossuficiência na produção de carne de frango no estado”.

O secretário lembrou que a Bahia só produz 50% da carne de frango que consome e 30% dos ovos. Ele disse que com essa nova indústria os números começam a mudar. “Além disso, a Mauricéia está gerando cerca de dois mil empregos diretos e dez mil indiretos. E é isso mesmo que desejamos. Verticalizar as cadeias produtivas, para gerar empregos e renda e melhorar a qualidade de vida no campo”.

Destacando os cuidados fitossanitários que foram observados pela Mauricéia, Salles entregou ao presidente da indústria documentos de registro de certificação agrícola de quatro galpões, emitidos pela Agência de Defesa Agropecuária da Bahia (Adab), atestando que a Mauricéia cumpriu as exigências do Ministério da Agricultura para a garantia da sanidade da produção.

“Aqui encontramos clima propício, produção de milho e de soja consolidada, infraestrutura e a situação geográfica perfeita em relação ao mercado consumidor, além do apoio da prefeitura de Luís Eduardo Magalhães e do governo estadual”, observou o presidente do Grupo Mauricéia Alimentos, Marcondes Antônio Tavares de Farias. Ele explicou que 60% da produção vai abastecer a Bahia e demais estados do Nordeste, e 40% será destinada à exportação.

Tavares de Farias informou que, quando estiver funcionando plenamente, a indústria vai consumir 1.500 toneladas/dia de ração – 60% à base de milho. Pelos seus cálculos, isso representa o processamento de 300 mil toneladas/ano de milho, ou 20% da produção de milho do oeste da Bahia.

Presidente da Associação Baiana de Avicultura, Marcelo Plácido destacou que a Bahia segue firme na busca, em curto prazo, da autossuficiência na produção de carne de frango, para depois exportar o excedente. “Recebemos a Mauricéia de braços abertos e comemoramos o crescimento do município de Luís Eduardo Magalhães”.

Integração entre nordestinos e sulistas
“Estamos caminhando para a grande vocação do município, que é a agroindustrialização”, disse o prefeito de Luís Eduardo Magalhães, Humberto Santa Cruz, ressaltando a integração entre as culturas do Nordeste e do Sul do Brasil, entre os setores industrial e primário.

“Os sulistas estão produzindo no município e os nordestinos, industrializando”, afirmou Santa Cruz, destacando a presença no município do Complexo Coringa e agora da Mauricéia, empresas originárias de Alagoas e Pernambuco.

O prefeito declarou que a implantação destas fábricas e ainda da Vitamilho, que está se instalando em Barreiras, é muito importante para a cultura do milho, mas que deseja atrair também investidores para industrializar o nosso algodão.