O Programa de Microcrédito do Estado da Bahia (CrediBahia) alcançou, em dezembro, a marca histórica de R$ 100 milhões de aprovações, em oito anos de existência, dos quais R$ 25,6 milhões no primeiro quadriênio e R$ 74,6 milhões nestes últimos quatro anos.

No total, já foram realizados 70.267 contratos com microempresários e trabalhadores autônomos. Somente em 2010, o programa estadual financiou R$ 26 milhões, com média por empréstimo de R$ 1.500.

A meta em 2011 é aplicar mais R$ 28 milhões, garantindo a expansão de pequenos negócios no interior da Bahia.

Referência
O presidente da Desenbahia, economista Luiz Alberto Petitinga, informou que a metodologia e os sistemas operacionais utilizados pelo CrediBahia servirão de referência para implantação de linha de crédito semelhante no Rio de Janeiro.

A Agência de Fomento Investe Rio irá inaugurar, em 2011, postos de microcrédito nas favelas ocupadas pela operação das Unidades de Polícia Pacificadora (UPP).

"Um convênio de cooperação com a Desenbahia prevê a transferência de tecnologia, com a cessão de ferramentas e sistemas de controle de operações, além das documentações e todo o treinamento necessário", informou Petitinga.

Os agentes do CrediBahia, presentes em 180 municípios baianos, orientam e acompanham diretamente as atividades produtivas e estimulam o empreendedorismo no estado.

Os trabalhadores que mais demandam crédito são vendedores autônomos, feirantes e costureiras, com o objetivo de garantir, principalmente, estoque de produtos. O programa financia também investimentos fixos para aquisição de equipamentos e máquinas ou reforma e ampliação de instalações físicas.

Qualidade de vida
Segundo Luiz Alberto Petitinga, o CrediBahia manteve, em oito anos de existência, sua missão de conceder crédito ágil e adequado, a juros reduzidos, para impulsionar o crescimento e a consolidação de pequenos empreendimentos nos municípios baianos.

"O microcrédito também tem grande impacto sobre a qualidade de vida dos empreendedores. O acesso ao crédito permite o aumento da renda e influencia o padrão de gastos das famílias. De fato, o microcrédito é um instrumento comprovado de desenvolvimento econômico e social".

Ao longo dos oito anos de vida do programa, Teixeira de Freitas liderou o ranking com aprovação de R$ 5,6 milhões. Em seguida, vem Barreiras (R$ 3,5 milhões), Correntina (R$ 3,2 milhões) e Feira de Santana (R$ 1,9 milhão).

Também se destacaram Barra do Choça, Paulo Afonso, Jequié, Camaçari e Luís Eduardo Magalhães. O CrediBahia é administrado pela Secretaria do Trabalho, Emprego, Renda e Esporte (Setre) e Desenbahia, com o apoio Sebrae, em convênio com as Prefeituras Municipais.

Cescimento
Para aumentar a oferta de crédito, a Desenbahia também destina recursos para sete instituições operadoras de microcrédito. Com mais capital, essas instituições não-governamentais parceiras ganham força para ampliar suas atividades e garantir expansão do microcrédito na Bahia.

O desafio é grande porque a Bahia tem somente 270 municípios com agências bancárias e cerca de 1,8 milhão de empreendedores individuais.

Petitinga prevê crescimento considerável das microfinanças no estado. Em dezembro, com apoio do Banco Central, Sebrae e Desenbahia, foi criada a Associação Baiana das Organizações de Microfinanças e Microcrédito (Abomcred), que reúne cinco cooperativas comunitárias de crédito e seis organizações da sociedade civil de interesse público (Oscip’s), já presentes em 67 municípios e responsáveis pela aplicação de R$ 29 milhões somente em 2010, através de 14.180 contratos.

"A curto prazo, a Abomcred vai representar um avanço nas microfinanças no estado, pois permite uma ação em rede entre as operadoras de microcrédito, criando ambiente de inovações, aperfeiçoamentos e melhor interlocução com a esfera governamental", afirmou Petitinga.