Várias apresentações esportivas movimentaram o Nordeste de Amaralina no sábado (18), reunindo cerca de mil pessoas no Centro Social Urbano (CSU) do bairro. O evento marcou o encerramento das atividades do ano do projeto de iniciação esportiva e inclusão social realizado no Nordeste pelo governo estadual, por meio da Sudesb, em parceria com a Associação Educacional Social Ágape (Aesa).

Os alunos demonstraram o que aprenderam na prática esportiva com apresentações de capoeira e karatê, jiu-jitsu, boxe e natação. O projeto oferece a prática de esportes em diversas modalidades oferecidas gratuitamente aos moradores do Nordeste de Amaralina, Santa Cruz, Vale das Pedrinhas e Chapada do Rio Vermelho para crianças, adolescentes, adultos e pessoas da terceira idade.

“Antes de receber a ajuda da Sudesb, fazíamos tudo com a cara e a coragem, e hoje temos um alicerce, que só veio a agregar melhorias. Sem dúvida, o incentivo do Estado é importantíssimo para o crescimento do projeto. É uma forma de resgatar e melhorar a qualidade de vida de toda a população do Nordeste e dos arredores”, afirmou a professora de boxe do projeto, Aline Silva.

O projeto já atendeu mais de dez mil pessoas. As aulas acontecem no bairro, nas quadras das escolas públicas e nos tatames, campo e piscina do Centro Social Urbano (CSU) e têm favorecido o surgimento de novos talentos. “Com o projeto já revelamos vários atletas, a exemplo dos campeões baianos e brasileiros de boxe Robert, Maurício, Anderson e Daniel. Eu também conquistei esses títulos e hoje sou instrutora. Acho que esta foi minha maior conquista, deixar de ser uma brigona de rua para me tornar uma desportista. E esse é o nosso objetivo, formar cidadãos e distanciar os jovens das drogas e de comportamentos negativos. Hoje, me considero uma prova viva do sucesso desse projeto”, ressaltou Aline.

O sonho de ser jogador de futebol

Assim como Aline mudou de vida com o projeto, várias crianças anseiam pela mesma conquista. “Um dia quero ser jogador de futebol. Desde fevereiro estou jogando bola aqui e já aprendi muita coisa em campo, mas o melhor de tudo é o reconhecimento da minha mãe a respeito do meu comportamento. Ela sempre fala que estou mais disciplinado e caseiro. Fico feliz com isso”, disse Wesley Adrian, dez anos.

A visão da mãe de Wesley a respeito dos benefícios que a prática do esporte através do projeto vem trazendo às crianças da comunidade é algo comum entre a maioria dos pais. “Sempre digo que esse projeto é uma grande família para os que participam. Deixo os meus filhos entrarem aqui e participar das aulas sem nenhum receio, pois tenho total noção da organização dessa iniciativa e do acolhimento dos professores”, declarou Lília Bispo, mãe dos alunos Kauã e Letícia.

“Antes eles faziam capoeira em outro lugar e era tudo pago. Hoje fazem karatê aqui, de graça, e o resultado vem sendo ainda melhor que em locais privados. O esporte aqui é levado a sério, e isso me deixa satisfeita, pois sempre incentivei os meus filhos a praticar esportes, por saber o quanto ajuda na disciplina dos jovens. Hoje, os dois são excelentes alunos e medalhistas de karatê. Sei que um dia podem se tornar atletas de ponta, o que me deixa superorgulhosa”, destacou Lília.