Mais 312 famílias que têm renda mensal entre um e três salários mínimos serão contempladas com moradias próprias. O governo estadual, por meio da Secretaria de Desenvolvimento Urbano (Sedur), assinou, nesta terça-feira (28), um convênio para a construção das unidades habitacionais que serão erguidas no km 10, da Estrada Velha do Aeroporto. O acordo é uma parceria do Estado com a Associação dos Moradores de Cajazeiras XI e Adjacências, entidade filiada ao movimento União por Moradia Popular (UMP).

O terreno possui 61 mil metros quadrados, destes, 39 mil metros serão utilizados para as edificações. O projeto prevê que sejam preservados boa parte da flora nativa e o rio que corta a área adquirida por R$ 2 milhões, em 2008.

Conforme a membro da coordenação da UMP, Marli Carrara, a maior parte dos recursos já foi disponibilizada para o início das obras. “São 7,4 milhões do Fundo de Desenvolvimento Social. O governo do Estado entra com R$ 1,5 milhão, mais a execução direta que será licitada pela Conder de R$ 2 milhões. Temos aqui R$ 10,5 milhões que já estão depositados na Caixa Econômica”, explica.

As casas terão 46 metros quadrados e serão erguidas no modelo village (sobrados) com infraestrutura completa (energia elétrica, água encanada, rede coletora de esgoto e asfalto). Os futuros moradores também contarão com um espaço para reuniões e eventos. Projetos paralelos de sustentabilidade, entre eles, um de piscicultura e outro de hortifutigranjeiros, deverão ser executados pelos membros da associação.

“Isso é muito mais do que construir casas. Isso é confiar no Movimento Popular, é confiar na honestidade das pessoas mais simples deste país”, afirma Marli.

Durante 20 anos, cada família terá que arcar com pouco mais de R$ 90 mensais, sem juros. “Esse é um valor irrisório. Pelo que conheço das famílias, elas terão condições de pagar. Não acredito em inadimplência. São todos trabalhadores, autônomos”, afirmou a presidente da Associação de Moradores de Cajazeiras XI e Adjacências, Edelvina Amorim.

Entre as pessoas que, comprovadamente, não possuem casa própria também estão famílias oriundas do Movimento dos Sem Teto de Salvador (MSTS), de ocupações, assentamentos e alojamentos provisórios. A coordenadora estadual do UMP, Railda Vasconcelos, explica que as famílias foram criteriosamente selecionadas com apoio das entidades representativas. “São pessoas de bairros como São Caetano, Cajazeiras, Bom Juá, e vários outros. Procuramos os parceiros nas associações de moradores para identificar as pessoas que vivem em vulnerabilidade social. Cada projeto, cada vaga que surge, vamos encaixando essas pessoas, porque sabemos que elas têm renda, têm condições de pagar e realmente precisam”.

De acordo com o titular da Sedur, Cícero Monteiro, nos últimos quatro anos, foram entregues 26 mil unidades pelo programa Casa da Gente. “Outras 53 mil casas já foram contratadas pelo programa e estão em andamento na Bahia. Principalmente com os movimentos sociais, vamos trabalhar para diminuir o déficit habitacional em todo o estado. Ainda vamos avançar bastante”.