Agricultores familiares dos municípios de Cruz das Almas, Conceição do Almeida, Cabaceiras do Paraguaçu e Muniz Ferreira foram convidados a participar da 3ª Excursão Técnica à Area de Sistema Agroflorestal (SAF), que pretende sensibilizar os participantes quanto à utilização das práticas do sistema em suas propriedades.

A excursão acontece na próxima quinta-feira (6), no município de Amargosa, na propriedade do agricultor familiar conhecido na região como “Nego de Lu”. A iniciativa é da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), em parceria com a Empresa Baiana de Desenvolvimento Agrícola (EBDA).

A ação é desenvolvida por meio do Projeto Transferência de Tecnologias em Sistema Agroflorestal para Agricultores Familiares, como parte do Programa de Apoio às Tecnologias Sociais e Ambientais para o Desenvolvimento Social.

Vegetação
A agrofloresta é um sistema de produção que possibilita que os solos estejam sempre cobertos pela vegetação, composta por diversos tipos de plantas que interagem seus componentes. Dessa forma, umas ajudam às outras, evitando problemas de pragas e doenças, sem causar a degradação do solo.

“Essa é a nova maneira de realizar a agricultura com produção diversificada e de qualidade, estimulando o beneficiamento e a comercialização, além de melhorar a renda da família”, assegurou o engenheiro agrônomo Jorge Silveira, técnico da EBDA de Cruz das Almas.

Nego de Lu, que foi eleito produtor familiar do ano de 2010, realiza cultivos em sistema de agrofloresta bastante diversificado. Segundo Jorge Silveira, as pessoas que compõem a visita à propriedade serão recepcionadas pelos técnicos do Escritório Local de Amargosa. Durante o encontro elas conhecerão como as famílias comercializam os próprios produtos na feira livre de Amargosa.

Desertificação
“O cultivo diversificado é essencial, uma vez que as terras cultivadas por grande parte dos agricultores estão ficando cada vez mais degradadas pela forma incorreta como trabalham”, explicou Silveira. O técnico lembrou que o desmatamento, as brocas, o plantio morro abaixo, o monocultivo e o uso de venenos provocam erosão, estragam a terra e diminuem a produção. Além disso, contribuem para o sistema de desertificação de algumas áreas na região, como os cultivos com pastagem.

Através do projeto já foram implantadas quatro Unidades Demonstrativas (UD’s), e mais duas estão sendo orientadas com cultivos em fases mais adiantadas, visando à organização dos SAF’s, à diversificação e ao manejo em dois Territórios de Identidade na Bahia: Recôncavo e Bacia do Paramirim.

A excursão tem a parceria da Agência Estadual de Defesa Agropecuária da Bahia (Adab), Universidade Federal do Recôncavo Baiano (UFRB), Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado da Bahia (Fapesb) e Prefeitura Municipal de Muniz Ferreira/Secretaria de Agricultura.