O forte desempenho das exportações em dezembro ajudou a Bahia a bater novo recorde nas vendas externas, alcançando em 2010 US$ 8,9 bilhões, 26,8% acima de 2009 e 2,3% superior ao recorde obtido em 2008. Naquele ano as exportações baianas totalizaram US$ 8,7 bilhões, segundo informações da Superintendência de Estudos Econômicos e Sociais da Bahia (SEI), autarquia da Secretaria do Planejamento.

No último mês de 2010, foram embarcados US$ 808 milhões, um dos maiores valores mensais do ano e 27% superiores ao resultado de dezembro de 2009. Ao mesmo tempo, houve redução no ritmo de importações, com queda de 18,5% na comparação com o mês de novembro.

Mesmo com a redução das compras externas em dezembro, houve, em 2010, recorde também de importações – US$ 6,6 bilhões – superando em 4,7% a marca de 2008 e em 41,5% o volume do ano passado. As exportações de 2010 também superaram as de 2008, houve o maior valor de corrente de comércio da série histórica, US$ 15,5 bilhões. O saldo comercial, porém, embora positivo em US$ 2,3 bilhões, é o menor desde 2007, devido ao maior avanço das importações no ano passado.

No ano, o fator preço foi um dos determinantes para a ampliação das receitas das exportações, já que o câmbio não vem ajudando. A valorização dos produtos exportados pelo estado atingiu no período média de 16,7%, ante um incremento de 8,7% no volume físico embarcado. As maiores valorizações foram de cobre (55%), produtos químicos (35%), café (32%), petróleo e derivados (30%), celulose (28%), e algodão (25%).

De acordo com o coordenador de comércio exterior da SEI, Arthur Souza Cruz, outro fator importante para o bom desempenho das exportações baianas em 2010, foi o vigoroso crescimento das vendas para os países emergentes. “Em 2010, a América Latina e China se destacaram e pudemos ver a retomada das compras dos EUA, embora em ritmo mais lento. Estados Unidos, China e Argentina foram os principais mercados para os produtos baianos em 2010, com 42% de participação”, disse o economista.

O grande destaque nas exportações durante o ano de 2010 ficou para o setor de petróleo e derivados. A participação desses produtos nos embarques baianos de 2010 avançou de 11% para 15,1%, com as vendas crescendo 74%. Tiveram bom desempenho ainda as exportações de produtos químicos/ petroquímicos, com incremento de 31%; automóveis, com +30,9%; papel e celulose, com +30,5%; e algodão com 35%, dentre os mais importantes.

O setor do agronegócio respondeu por 40% das vendas externas da Bahia em 2010 – US$ 3,5 bilhões – e crescimento de 17,3% em relação ao ano anterior. Já os produtos manufaturados responderam por 49,7% das exportações baianas e crescimento de 42,8%.

No contexto do real valorizado e com a demanda aquecida, a maior parte do crescimento das importações esteve vinculada a compras de combustíveis, matérias primas e bens duráveis. As importações de automóveis, por exemplo, cresceram 55%, enquanto que as de petróleo bruto, 88%. Já as compras de bens de capital (máquinas e equipamentos), que indicam investimentos na modernização e ampliação da produção cresceu 31%. Os principais mercados fornecedores para a Bahia em 2010 foram Argentina, Chile e Argélia.

O especialista da SEI ressalta que a continuidade da trajetória de crescimento das exportações baianas em 2011 vai depender da retomada do crescimento econômico global e do nível de competitividade do Brasil, seriamente prejudicado pelo câmbio. “A expectativa, porém, é de que o cenário internacional desfavorável, marcado pela queda do dólar e pela crise nos países desenvolvidos, seja compensada pela alta verificada nos preços das commodities, e pelo crescimento das economias dos países emergentes”, diz Arthur Sousa Cruz .