O Forte de Santo Antônio Além do Carmo sedia nesta sexta-feira (21), às 19h, o lançamento do livro ‘Histórias e Recordações da Vivência de Mestre Curió’, com relatos e fotografias do reconhecido mestre de Capoeira Angola na Bahia, organizado pelo professor Jorge Conceição.

Com 184 páginas, o livro foi editado em dois idiomas, 90 páginas em português e 94 em inglês. O lançamento faz parte do 22º Evento da Escola de Capoeira de Angola Irmãos Gêmeos (Ecaig) com o tema Capoeira Angola – A importância do mestre de tradição oral no espaço formal.

Outras ações acontecem no sábado (22), na sede da Ecaig, localizada no 2º andar do número 9 da Rua Gregório de Matos, no Pelourinho, Centro Histórico de Salvador. O encerramento acontece no sábado com tradicional caruru para Cosme e Damião.

Mais antiga
O lançamento do livro finaliza a programação realizada pela Ecaig. Nos dias 17 e 18 deste mês aconteceram aulas com mestre Curió; dia 19 houve mesa redonda sobre o tema, missa na igreja de São Francisco e roda de capoeira no cruzeiro de São Francisco.

A ‘Angola’ é considerada pelos estudiosos como a capoeira mais antiga e tradicional. Marcada por malandragem e movimentos sinuosos mais próximos ao solo, segundo especialistas, ela se aproxima da forma que os escravos jogavam e/ou lutavam.

Existente há mais de 500 anos, a capoeira “não é luta, é arte, é coreografia, é religião, é cultura, é filosofia, é concentração espiritual e é educação”, define Mestre Curió, que dedica 65 anos de sua vida à atividade. Curió foi um dos alunos do célebre Mestre Pastinha, que imortalizou a capoeira na Bahia e Brasil.

Tombada pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) como patrimônio cultural do Brasil, desde 2009, e como patrimônio baiano, pelo Instituto do Patrimônio Artístico e Cultural da Bahia (Ipac), desde 2006, a capoeira, segundo o Ministério da Cultura (MinC), é o produto cultural brasileiro mais difundido no mundo.

Ações culturais
Propriedade da União cedida ao Estado, o Forte de Santo Antônio Além do Carmo é administrado pelo Ipac, órgão da Secretaria de Cultura do Estado (Secult), que restaurou e também tombou o prédio secular como Patrimônio da Bahia, que abriga academias de capoeira.

A fortificação fica no mesmo lugar da extinta trincheira de defesa Baluarte de Santiago, construída em 1627, após a expulsão dos holandeses de Salvador. Na década de 1950, foi transformado em Casa de Detenção, desativada depois em 1976. Atualmente o Forte sedia ações de caráter social, educativo e cultural.