As algas da Baía da Todos-os-Santos, normalmente ignoradas pelos banhistas, estão mudando a vida das marisqueiras da Ilha de Itaparica. Essas profissionais fizeram curso de capacitação oferecido pela Secretaria de Agricultura, Irrigação e Reforma Agrária (Seagri), por meio da Bahia Pesca, e estão produzindo sabonetes usando a planta como matéria-prima. A ação é desenvolvida pela empresa com apoio do Fundo Estadual de Combate e Erradicação da Pobreza (Funcep).

A produção deve gerar incremento de aproximadamente R$ 500 na renda de cada pessoa. “Em um mês elas produziram três mil unidades, que são vendidas em diversas lojas de Salvador. É uma forma de ampliar a renda, dedicando algumas horas por semana e sem precisar interromper os afazeres diários com a mariscagem”, explica o presidente da Bahia Pesca, Isaac Albagli, que visitou o Projeto de Cultivo de Macroalgas Marinhas na segunda-feira (17).

O fabrico dos sabonetes envolve diversas etapas. Primeiro as mudas de algas, com cerca de 30 gramas, são plantadas em cordas presas a balsas e ficam submersas próximas à superfície. Em dois meses, pesam mais de um quilo, são colhidas, secadas e transformadas nos produtos, que passam por inspeção de qualidade – o processo é finalizado com a embalagem.

“A gelatina vegetal extraída das algas marinhas assimila grande quantidade de sais minerais, iodo e fósforo. Por isso, o sabonete inibe o desenvolvimento bacteriano na pele, além de possuir efeito hidratante superior aos outros sabonetes”, explica a técnica da Bahia Pesca, Eliana Carla Ramos.