A paralisação dos trabalhadores da construção civil ligados ao Sindicato dos Trabalhadores na Indústria da Construção e da Madeira no Estado da Bahia (Sintracom-BA), em greve deste o dia 10 deste mês, começa a ter reflexos nos serviços de manutenção da Empresa Baiana de Água e Saneamento (Embasa) nas redes de esgoto e de abastecimento de água em Salvador e região metropolitana. Do contingente de mão de obra terceirizada, 40% está em greve, reduzindo a capacidade de atendimento da empresa.

“Para a população não ficar desassistida, a Embasa faz o possível para atender às solicitações da comunidade, sendo que, neste momento, estamos priorizando os reparos emergenciais. A operação das elevatórias e estações de tratamento de esgoto está garantida”, explica o gerente de Operação da Superintendência de Esgotamento Sanitário do órgão, Roberta Henriques Bessa.

Entre os serviços prioritários estão os reparos em esgotos que retornam para as residências, os pontos que possam contaminar as praias, reparos em vias onde há grande movimentação de pessoas e também em locais próximos a escolas e hospitais.

Os serviços de manutenção da rede de abastecimento de água como ligações e reparos funcionam dentro da normalidade, com exceção da unidade de Pirajá, que atende à região do subúrbio ferroviário e rodoviário. “Desde segunda-feira, estamos trabalhando apenas com equipe própria”, diz o gerente da Unidade Regional de Pirajá, Nivaldo Magalhães.

Tendo em vista que são serviços essenciais, a Embasa negocia junto aos trabalhadores terceirizados para que não parem completamente a operação. Em Santo Amaro, por exemplo, 60% dos trabalhadores voltaram às atividades. Segundo o sindicato local, o serviço deve ser normalizado na próxima segunda-feira (21).

Salário
Em campanha salarial, os trabalhadores da construção civil estão em negociação com as construtoras. Nas primeiras reuniões, realizadas na Superintendência Regional do Trabalho e Emprego (SRTE), os empresários apresentaram contraproposta de reajuste de 6,47%, pelo INPC. A mediação da SRTE tentou solucionar o impasse e fez uma proposta de 11,7% de reajuste salarial. A assembléia dos trabalhadores votou, na quinta-feira (17), pela manutenção da proposta de 15% de reajuste salarial, que já estava aprovada em assembléia realizada no início do mês. Com o impasse com as construtoras, os trabalhadores decidiram permanecer em greve por tempo indeterminado.