Turistas e até moradores de Salvador acreditam que o Carnaval no Centro Histórico pode ser mais confuso por se realizar em ruas estreitas, praças e largos cercados pelo imenso casario dos séculos XVII a XIX. Mas, urbanistas e especialistas em transportes públicos e gestão urbana afirmam justamente o contrário. Para eles, o Pelourinho já se consolidou como o local de melhor acesso e conforto para foliões que curtem a festa entre os três circuitos carnavalescos – Dodô (Barra-Ondina), Osmar (Campo Grande-Praça Castro Alves) e Batatinha (Rua Chile-Praça Municipal).

“De fato, o CHS está bem servido de transportes públicos já que é circundado por três dos mais importantes terminais, que são a Barroquinha, o Aquidabã e Terminal da França”, explica o diretor do Instituto do Patrimônio Artístico e Cultural (Ipac) e mestre em Arquitetura e Urbanismo pela Universidade Federal da Bahia, Frederico Mendonça. Autarquia da Secretaria de Cultura do Estado (Secult), o Ipac é responsável pela organização do ‘Carnaval do Pelô’, por intermédio Programa Pelourinho Cultural, promovendo os shows e apresentações artísticas nos largos, praças e ruas.

Mendonça explica que o entorno do Centro Histórico é servido por vias de acesso estruturantes da cidade como as avenidas da França, Contorno, Jequitaia, Joana Angélica, Heitor Dias e Bonocô, além da Baixa dos Sapateiros, que, juntas, facilitam o acesso imediato para os vetores leste, sul e norte de Salvador. Existem 32 ruas com acesso direto ao CHS, cerca de mil vagas de estacionamentos privados, no Pelourinho e no Comércio, e 96 linhas de ônibus que trafegam na malha viária dos bairros do entorno do Centro Antigo. “Essa grande estrutura garante mais conforto, segurança e melhor acesso aos foliões nos cinco dias do Carnaval do Pelô".

O Elevador Lacerda, os planos inclinados Gonçalves e do Pilar, as ladeiras da Conceição, do Carmo, Montanha e Taboão são apontados como outros facilitadores do fluxo de pessoas e veículos. Além dos estacionamentos privados, há mais três mil vagas em zonas azuis nas ruas das redondezas do Pelourinho. A área do ‘Carnaval do Pelô’ dispõe também de bancos 24 horas, postos de saúde e segurança.

“O Pelourinho oferece, igualmente, cenário único e singular do nosso Centro Histórico, a maior herança arquitetônica colonial-barroca européia nas Américas”, enfatiza Mendonça. Tombado como Patrimônio do Brasil pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), desde 1984, o CHS é chancelado pela Uneco como ‘Patrimônio da Humanidade desde 1985’.

O ‘Carnaval do Pelô’ acontece durante cinco dias, com 95 atrações, 200 horas de música, orquestras, bandinhas e bandões, percussionistas e performances nas ruas, além de 38 atrações especiais para os largos Pedro Arcanjo, Quincas Berro D´Água e Tereza Batista. A programação começa sempre às 16h e só termina às 2h. Mais informações sobre a festa no CHS estão no site Pelourinho Cultural.