O folião pipoca é o que mais investe no Carnaval, com um gasto diário de R$ 49,83, o que representa um total de R$ 44,1 milhões durante os seis dias de festa. A informação é o resultado da pesquisa Suplemento do Carnaval 2010, realizada em parceria pela SecultBA e a Superintendência de Estudos Econômicos e Sociais da Bahia (SEI), autarquia vinculada à Seplan, com base em questionário suplementar ao da Pesquisa de Emprego e Desemprego (PEDRMS).

Comparando os dados, o folião que prefere curtir a festa nos blocos e trios gasta diariamente R$ 124,57, o que perfaz um total de R$ 31,1 milhões em todos os dias de festa. A diferença em gastos observada nesses dois grupos distintos de foliões diz respeito ao número de participante por grupos. No caso dos foliões pipoca, constatou-se um percentual maior do que os que brincam nos blocos e trios, em um total de 58,9% e 15,6%, respectivamente. “Como existem mais foliões pipoca brincando o carnaval, mesmo que o gasto diário desse folião seja menor do que o folião de trio, o pipoca emprega mais na economia do carnaval”, explica uma das responsáveis pela pesquisa, a economista Carlota Gottschall.

Emprego e renda
Mais uma vez comprova-se que o carnaval é uma oportunidade de geração de trabalho para uma parcela de moradores da capital baiana, como foi também apresentado nas pesquisas de 2008 e 2009. Na pesquisa Suplemento do Carnaval 2010 ficou constatado que, dos 93 mil soteropolitanos que trabalharam na festa, 63,3% são homens, 89,8% são negros, 74,9% estão com idade entre 25 e 39 anos, 46,9% têm segundo grau completo e 39,1% ganham entre um e dois salários mínimos.

De acordo com a pesquisa, “a maioria dos postos de trabalho relacionados à festa, embora cada vez mais inseridos no modo de produção capitalista, é marcada pela informalidade, atividades em tempo parcial e ausência de contratos de trabalho. Dentre os residentes em Salvador que atuaram no Carnaval 2010, 39% não possuíam qualquer tipo de contrato ou vínculo trabalhista”.

A pesquisa revelou ainda que, durante o carnaval, os trabalhadores são principalmente vendedores ambulantes, ligados ao comércio de produtos alimentícios, bebidas e adereços. Merecem destaque ainda os guardas, os policiais, vigilantes, seguranças particulares, motoristas, cobradores, auxiliares de serviços gerais, faxineiros e lixeiros.

“A despeito do Carnaval de Salvador estar cada vez mais centralizado em grandes blocos, camarotes e arquibancadas, a festa movimenta não só a economia das empresas formalmente constituídas, mas também os pequenos negócios e, sobretudo, a economia informal representativa de grande parte das ocupações geradas na folia”, destaca o diretor-geral da SEI, Geraldo Reis.

Os dados revelam também um cuidado com a segurança da festa e do folião com um percentual de 11,7% das ocupações para seguranças e vigilantes e 11% para guardas, oficiais e policiais. Os outros números são: 9,2% para motoristas; 6,2% para vendedores; 4,7% para compositores e músicos; 3,7% atendentes de bar e lanchonetes; 3,5% para gerentes, 2% para enfermeiros e 1,7% para auxiliares de serviços gerais. O maior número ficou com os ambulantes, perfazendo um total de 17%. A pesquisa revelou ainda que o rendimento real médio para cada trabalhador foi de R$ 737,02.