Depois do período colonial do século 16 ao 19, o Brasil continua em intensa relação com Portugal, seja nas áreas econômica, financeira, turismo, cultura e até no número de portugueses residentes no país. Segundo o Ministério dos Serviços Estrangeiros de Portugal, cerca de 500 a 700 mil portugueses, vivem no Brasil, 90% do total concentrados em São Paulo e Rio de Janeiro. Mesmo não dispondo de número tão alto de residentes, a Bahia tem história e cultura indissociáveis a Portugal, presentes, no acervo urbanístico-arquitetônico, costumes, culinária, entre outros itens. Com objetivo de estreitar esses laços, o atual cônsul-geral de Portugal na Bahia, José Manuel Lomba, está conhecendo algumas das ações do Instituto do Patrimônio Artístico e Cultural da Bahia (Ipac).

Criado há 44 anos como uma das primeiras instituições a pensar a política do patrimônio de um estado brasileiro, o Ipac, autarquia da Secretaria de Cultura do Estado (Secult), tem por missão articular com a sociedade, a salvaguarda dos bens culturais tangíveis e intangíveis, fortalecendo as identidades na Bahia.

O cônsul-geral português recebeu livros e DVD recentemente produzidos pelo órgão estadual sobre patrimônios imateriais. Segundo o diretor-geral do Ipac, Frederico Mendonça, esses lançamentos são distribuídos para bibliotecas, redes de ensino municipais e estadual, faculdades, universidades e entidades culturais, além de veiculados pela TV Educativa/Irdeb. “Além de promover a preservação de bens culturais, o Ipac pesquisa e promove a produção técnica e científica com a qual trabalha e efetiva ações de educação patrimonial, como essas publicações e DVD”, afirma Mendonça.

O Instituto já lançou livros e DVD sobre a Festa da Boa Morte, Carnaval de Maragojipe e Desfile dos Afoxés, além das publicações Pano da Costa e Festa de Santa Bárbara. O cônsul-geral de Portugal também conheceu o folder-mapa-inventário dos bens culturais tombados e registrados pelo Estado e União na Bahia. “Essa publicação é inédita, pois agrega todos os bens culturais baianos reconhecidos oficialmente pelos poderes públicos estadual e federal”, explica o diretor do Ipac.

O Consulado Geral de Portugal funciona na Avenida Tancredo Neves, nº 1632, Edifício Salvador Trade Center, Torre Norte, 1º andar. “Mas temos intenção de mudar a sede caso consigamos imóvel na área do Centro Histórico da capital baiana, já que consideramos mais apropriado como diálogo com a arquitetura de herança portuguesa”, avisa José Manuel Lomba.

Além desse material, o cônsul conheceu mapas produzidos no Ipac onde estão delineadas as áreas de proteção da cidade, como a de tombamento federal do Centro Histórico de Salvador pelo Ministério da Cultura. Fotos de imóveis tombados individualmente como patrimônio da Bahia, como o Solar Bandeira, também foram disponibilizadas para o cônsul português.

O consulado pode ser contatado através dos telefones (71) 3341-0636 e 3341 1499, sempre em dias úteis das 9h às 12h, ou via endereço eletrônico mail@salvador.dgaccp.pt. Na Bahia, Portugal dispõe ainda de vice-consulados honorários em Ilhéus e Porto Seguro. Outras informações sobre Portugal no Brasil, assim como, os serviços disponibilizados são encontrados no site da embaixada portuguesa. Já as ações do Ipac estão nos sites do Instituto e da Secretaria da Cultura.