No ano passado, a produção industrial da Bahia cresceu 7,1%, em relação ao mesmo período de 2009, de acordo com os resultados da Pesquisa Industrial Mensal, realizada pelo IBGE e divulgada com análise da Superintendência de Estudos Econômicos e Sociais da Bahia (SEI), autarquia da Secretaria do Planejamento do Estado (Seplan).

O acréscimo de 7,1% no ano foi influenciado pelo incremento em sete dos oito segmentos da indústria de transformação baiana, com destaque para o setor de refino de petróleo e produção de álcool (22,6%), pressionado pela produção de óleo diesel e nafta para petroquímica. Além disso, alimentos e bebidas (8,0%), setor oriundo do aumento da produção de cerveja e óleo de soja e metalurgia básica (9,3%), por conta da crescente produção de barra, perfil e vergalhões de cobre e vergalhões de aço. Sendo observada a única taxa negativa em produtos químicos (-2,5%), pressionada, sobretudo, pelos produtos de polietileno de alta densidade e etileno.

“O ano de 2010 teve um primeiro semestre muito bom, com altas taxas de crescimento, até maio, o que de fato fez a indústria baiana se recuperar do resultado negativo de 2009”, explica o coordenador de Acompanhamento Conjuntural da SEI, Luiz Mário Vieira. Ele diz ainda que no segundo semestre “acompanhamos uma desaceleração, que se acentua no final do ano, com a parada da Braskem, fornecedora de insumos básicos para toda a cadeia petroquímica. Essa parada prolongada não acontece todos os anos e impactou os resultados da indústria em novembro e dezembro. O importante setor da petroquímica é o principal responsável por essa desaceleração, ao lado da metalurgia e do automotivo”.

Em dezembro de 2010, na comparação com o mês de novembro, houve uma queda de 3,9% na produção industrial baiana devido, sobretudo, aos produtos químicos (-8,4%), metalurgia básica (-8,0%), automotivos (-15,5%) e extrativa mineral (-5,2%), entre outros. O refino de petróleo e álcool foi o destaque positivo, com incremento de 8,6% nesta forma de comparação.

Na comparação de dezembro de 2010 com o mesmo período de 2009, a indústria apresenta decréscimo de 10,8%, após ter registrado recuo de 2,7% em novembro. O resultado negativo no indicador é atribuído principalmente à redução na produção do segmento de maior peso na estrutura industrial baiana, produtos químicos (-37,2%), oriundos da baixa produção de etileno (eteno) não saturado e polietileno de baixa densidade.

As outras contribuições vieram dos segmentos de metalurgia básica (-17,4%), proveniente, da baixa produção de alumínio não ligado em formas brutas e vergalhões de aços ao carbono e veículos automotores (-18,4%), procedente da redução de automóveis. A maior contribuição positiva veio de refino de petróleo e produção de álcool (7,1%), seguida por alimentos e bebidas (5,2%) e celulose, papel e produtos de papel (2,5%).

Segundo o economista Luiz Vieira, as perspectivas para 2011 são de manutenção do crescimento em razão da recuperação da União Européia e dos Estados Unidos, que devem dinamizar as indústrias brasileira e baiana “principalmente porque as commodities estão em alta, tanto as agrícolas quanto as industriais”.