Conscientizar a população sobre o processo de transplantes de órgãos foi o principal objetivo do Curso de Formação de Coordenadores Educacionais de Transplante, realizado, nesta quarta-feira (16), no Hotel Fiesta. A iniciativa é uma parceria entre a Secretaria da Saúde do Estado (Sesab), por meio da Coordenação do Sistema Estadual de Transplantes (Coset), e da Associação Brasileira de Transplantes de Órgãos (ABTO).

De acordo com o coordenador da Coset, Eraldo Moura, o curso, direcionado para líderes comunitários, religiosos, professores e profissionais de saúde, é realizado em todo Brasil com o intuito de formar multiplicadores para informar à sociedade os procedimentos utilizados na doação de órgãos. “Ainda há muito desconhecimento sobre o diagnóstico de morte encefálica e sobre quem pode ser submetido ao transplante. Por isso, nos preocupamos em informar à população. É muito importante”, disse Moura.

Durante a aula foram abordados temas como a ‘Situação dos transplantes no Brasil e no mundo’, ‘O processo de doação – transplante, legislação de transplantes, diagnóstico de morte encefálica’, ‘Religiões e transplantes, educação e transplante e mídia e transplantes’.

O técnico de Enfermagem Hamilton Mendes de Albuquerque, 32 anos, garante que vai utilizar o seu aprendizado no município de Alagoinhas, onde mora. Para isso está organizado, em conjunto com a equipe do hospital em que trabalha, palestras para divulgar as informações. “A doação é mais que um gesto. É um ato importante, que salva vidas de muitas pessoas. Quanto mais consciente estiver a população, os resultados serão melhores”.

Segundo o coordenador da Associação Brasileira de Transplantes de Órgãos (ABTO), Valter Garcia, de 2007 a 2010 houve um crescimento de 50% no número de doações e transplantes no Brasil, totalizando 1.842 transplantes. Entretanto, a quantidade está muito abaixo do esperado. São 10 doadores para um milhão de pessoas, quando deveria ser de 30 doadores. “Queremos atingir o percentual de doadores, mas não basta apenas conscientizar a população. É preciso também alertar aos médicos, enfermeiros para que se dediquem ainda mais por esta questão. As famílias precisam ficar cientes da importância de se doar um órgão e os hospitais precisam estar preparados para informar a estes familiares sobre os procedimentos”. Ele explica que há um do elevado índice de negativa familiar – cerca de 50% das famílias de potenciais doadores não autorizam a doação.

Na Bahia, a Central de Notificação, Captação e Distribuição de Órgãos (CNCDO) registrou, em 2010, um total de 57 doações de múltiplos órgãos, representando um aumento de 7,5% em relação ao ano anterior (2009), quando foram registradas 53 doações. Mais informações pelo telefone (71) 3115-8316 ou através do site da Coordenação do Sistema Estadual de Transplantes.