Uma cerimônia concorrida, realizada no auditório do Departamento de Polícia Técnica (DPT), reuniu delegados, policiais, secretários estaduais, entre outras autoridades, nesta sexta-feira (4), para acompanhar a transmissão de cargo ao novo delegado-geral da Polícia Civil. Hélio Jorge Paixão, que substitui Joselito Bispo, assumiu o cargo destacando as prioridades da gestão, concentradas na modernização e na qualificação da Polícia Civil em prol da redução da criminalidade.

Em seu discurso, Hélio Jorge afirmou que “esta é a primeira vez que temos um governador envolvido diretamente com a segurança pública do estado”. Já durante a coletiva de imprensa, que antecedeu a solenidade, disse que vai intensificar a repressão dos crimes contra a vida, baseados principalmente nos homicídios, definindo autoria e materialidade com instauração de inquéritos, além das operações de combate ao narcotráfico na capital e RMS, “capilarizando essas ações ao interior”.

Para intensificar os trabalhos da corporação, o delegado-geral afirmou que vai investir na modernização das estruturas da Polícia Civil. Para isso, está prevista a implantação do Departamento de Homicídios em Salvador, cujo projeto segue em estágio avançado de concepção. O objetivo central é garantir mais agilidade às investigações. “Esse departamento vai comportar quantas delegacias de homicídios forem necessárias ao nosso espaço territorial, que serão responsáveis por zonas previamente estudadas, dentro da capital e da RMS”, explicou. O departamento vai funcionar sob o comando do delegado Artur Galas.

Custódia de presos

Na ocasião, o secretário da Segurança Pública, Maurício Barbosa, em discurso, observou que um dos principais desafios do mandato é retirar os presos da custódia das delegacias. “Neste ano, vamos esvaziar dez unidades e, em longo prazo, novas delegacias, trabalhando de forma sistêmica com a Polícia Militar e a Polícia Técnica para o sucesso das ações”. Segundo ele, não há segurança pública sem o fortalecimento das instituições, sem formação e a oferta de condições dignas aos policiais. “Vamos investir nisso com o objetivo de, em dois anos, reduzir em 12% os índices de criminalidade na Bahia”.

Em sintonia com as iniciativas estaduais, o novo delegado-geral ressaltou que vai buscar recursos, por meio da elaboração de projetos e da parceria com as demais secretarias, para o reaparelhamento da Polícia Civil. Quanto à custódia de presos, disse que a situação já está sendo analisada para que se dê início à transferência dos detidos para unidades prisionais, a partir da criação de vagas e da construção de presídios. Tudo isso sem perder de vista a importância de garantir agilidade ao andamento dos inquéritos policiais. “Vamos realizar uma correição em nossos cartórios, identificando as situações dessas documentações, e dar encaminhamento ao Ministério Público para que sigam todo o trâmite legal”, declarou Hélio Jorge, informando que já existe o trabalho do Grupo Especial de Suporte a Inquéritos Policiais (Gesip), que será intensificado.

Combate à corrupção interna

Sobre os policiais civis, o delegado-geral afirmou que haverá um trabalho constante contra a corrupção interna, através das corregedorias da corporação. Os policiais também vão passar por cursos de capacitação e formação, baseados em treinamento. “Isso vai motivar nossos policiais e fazer com que fiquem em contato permanente com as novas técnicas e tecnologias utilizadas na área para aprimorar o combate à criminalidade”.

Outra preocupação é a jornada de trabalho dos policiais, que inclui o plantão nas delegacias. De acordo com Hélio Jorge, a prioridade será o atendimento à população, “mas a jornada de trabalho de 40 horas, instituída em legislação, será estudada para melhor ser distribuída em horários administrativos”.

Ainda quanto ao aprimoramento dos policiais, indicou que vai aplicar na Bahia o programa Pacto pela Vida, por meio de ações conjuntas com o poder público e a sociedade civil. “O programa é de extrema importância e vem sendo aplicado em outros estados do Brasil. Ele é dividido em linhas de ação que vão desde a valorização do policial, sua motivação para o trabalho, premiação, até a sua dedicação exclusiva a crimes violentos”.