Mais uma vez o Carnaval de Salvador termina em clima de tranquilidade. Há quatro anos não é registrado homicídio nos seis dias da festa nos três circuitos da folia na capital baiana. Com 23 mil policiais, entre militares e civis, do Departamento de Polícia Técnica, além do Corpo de Bombeiros, trabalhando nos circuitos, os foliões brincaram com segurança e paz.

O resultado da festa foi divulgado durante coletiva à imprensa realizada nesta Quarta-feira de Cinzas (9), na Fundação João Fernandes da Cunha (Campo Grande), com a presença dos secretários da Segurança Pública, Maurício Barbosa, do Turismo, Domingos Leonelli, da Saúde, Jorge Solla, e de Cultura, Albino Rubim, e do assessor-geral de Comunicação do Estado, Robinson Almeida, entre outras autoridades.

O número total das ocorrências evidenciou a estabilização dos índices de violência. Foram 1.226 registros este ano, contra 1.193 em 2010. O índice de furtos, na maioria dos casos cometidos contra turistas, teve a redução de 3,7% (860 registros este ano, contra 893 em 2010). No Circuito Osmar (Centro), foram 122 ocorrências este ano, contra 158 em 2010, enquanto que no Dodô (Barra-Ondina), foram 731 este ano, contra 709 em 2010. No Batatinha (Pelourinho), apenas sete registros este ano, contra 26 em 2010. Já o índice de roubos teve um pequeno aumento (8%), sendo contabilizados 108 casos neste http://adm.agecom.ba.gov.br/conteudo/noticias/2011/03/09/carnaval-2011-mantem-numeros-em-equilibrio-com-ano-anterior/editano.

O item lesões corporais teve um aumento de 22%, reflexo de brigas relacionadas principalmente ao alto consumo de bebidas alcoólicas. Foram 222 casos este ano, contra 182 em 2010.
“Tivemos um Carnaval de paz. Conseguimos estabilizar as ocorrências, graças à dedicação dos policiais, que se esforçaram para este bom resultado”, afirmou o secretário da Segurança Pública, Maurício Barbosa.

Segundo ele, a ampliação dos recursos tecnológicos garantiu às polícias maior rapidez no deslocamento das patrulhas. A localização exata dos delituosos, através das 120 câmeras (móveis e fixas), permitiu a captura em pouco tempo.

Foram utilizadas 120 câmeras nos três circuitos, smartphones e aparelhos de identificação individual (Rapid – Id). A ação dos policiais, juntamente com o apoio tecnológico, resultou na prisão de 57 pessoas, sendo 14 por tráfico de drogas.

Operação Folia e Paz

A Polícia Militar realizou a Operação Folia e Paz, acompanhando os ônibus que transportavam passageiros dos circuitos Osmar, Dodô e Batatinha para os locais com incidência maior de brigas e roubos dentro dos coletivos. No total, 150 policiais participaram dos seis dias desta operação, com o apoio de 39 viaturas, dentre elas motos e automóveis, que realizaram abordagens em pontos de ônibus e fizeram a escolta de algumas linhas até o seu destino final.

Mais de 38 mil pessoas, 1.906 coletivos, 940 veículos, 923 motocicletas, 1.223 táxis, além de 831 pontos de ônibus, foram alvos da iniciativa, o que garantiu o retorno dos foliões com segurança.

Documentos perdidos

Mil e cem documentos foram encontrados durante os seis dias da folia. Esses documentos estarão disponíveis no SAC do Shopping Barra a partir de segunda-feira (14).
Os turistas com viagem marcada podem retirar os seus documentos de imediato no Quartel dos Aflitos.

Atendimento à saúde é priorizado no Carnaval

Seis hospitais e cinco unidades de emergências da Secretaria da Saúde do Estado (Sesab) funcionaram com reforço de profissionais e recursos materiais e plantões extras durante os seis dias de Carnaval.

De acordo com o secretário Jorge Solla foram realizados 234 atendimentos, sendo que o maior registro foi verificado no Hospital Geral do Estado, com 101 ocorrências – 43% dos casos. A Unidade de Emergência do Curuzu foi a segunda com maior quantidade de atendimento, 46.

A campanha de prevenção a DSTs/Aids também ganhou destaque. Além da distribuição de preservativos, foi disponibilizado o teste rápido para a detecção precoce do HIV. No total, 905 pessoas receberam atendimento, destas, seis tiveram resultado positivo e foram encaminhadas para atendimento na unidade de referência da rede Sesab.

Hemoba – Quanto às doações de sangue, de quinta (3) a terça-feira (8), 308 candidatos compareceram à Hemoba, resultando na captação de 207 bolsas de sangue.

Ciave – O Centro de Informação Antiveneno também funcionou, disponibilizando plantão médico toxicológico de 24 horas, com reforço de plantonistas. Foram realizados 101 atendimentos, um apenas relacionado diretamente à festa – a de uma paciente encontrada em via pública, no sábado (5), intoxicada por ingestão de bebida alcoólica.

Muita diversidade no Carnaval Pipoca

O folião que preferiu pular o Carnaval fora das cordas encontrou muita diversidade nos circuitos Dodô (Barra/Ondina), Osmar (Campo Grande/Centro) e Batatinha (Pelourinho). O Carnaval Pipoca, promovido pela Secretaria da Cultura do Estado (Secult), levou para as ruas, trios elétricos puxados por cantores e bandas, que marcaram a história da folia na Bahia, como Luiz Caldas, Gerônimo, Tonho Matéria, Novos Baianos, Cacau do Pandeiro, entre outros.

Com tantos ritmos e estilos musicais não teve quem ficasse parado. Com investimento de R$ 1,6 milhão foi possível agradar a todos os gostos. Somente no Pelourinho (Circuito Batatinha), 500 mil pessoas, entre baianos e turistas, conferiram as 95 atrações nos seis dias de festa, totalizando 200 horas de muita música. Reggae, samba, maracatu, percussão, rock, fizeram do Carnaval do Pelô o mais multicultural e contemporâneo.

“O Carnaval do Pelô deixou de ser um espaço apenas para crianças e marchinhas. Colocamos outras opções a fim de atrair um público diversificado. Com tantos atrativos, o sucesso foi garantido”, afirmou o secretário de Cultura, Albino Rubim. Moradores de seis bairros de Salvador e de 18 municípios baianos também brincaram no Carnaval, por meio dos investimentos realizados pelo governo estadual.

Além do Carnaval Pipoca, outra prioridade foi a valorização das entidades de matrizes africanas, que desfilaram pelas ruas. Por intermédio do Programa Ouro Negro levou para os circuitos tradicionais da festa, blocos de samba, percussão, afro, afoxés, índio e reggae.

Toda esta diversidade foi acompanhada também por mais de 500 mil turistas que vieram conhecer o Carnaval de Salvador. A maioria dos visitantes veio dos estados do Rio de Janeiro, São Paulo, Minas Gerais e Distrito Federal. Os estrangeiros representaram 5% do total de turistas.

De acordo com dados da Infraero, 250 mil pessoas passaram pelo Aeroporto Internacional de Salvador, de quinta-feira de Carnaval (3) até Quarta-feira de Cinzas (9). Outros 25 mil desembarcaram no Porto de Salvador durante a folia, por meio de nove transatlânticos. De acordo os dados da Secretaria do Turismo (Setur) houve uma ocupação de 100% nos hotéis instalados nos circuitos e 92% fora das áreas onde ocorreu o Carnaval.

Receptivo

Durante a estadia em Salvador, os visitantes contaram com um grande receptivo. De acordo com o secretário do Turismo, Domingos Leonelli, os 560 guias e monitores – preparados para atender em 11 idiomas – prestaram informações a 100 mil turistas sobre circuitos, transporte, hotéis, restaurantes, entre outras. Houve um aumento da demanda de 25% em relação ao ano passado. Os guias atuaram nos principais hotéis e portões de entrada de Salvador – aeroporto, rodoviária, terminais de São Joaquim e Náutico.

Publicada às 11h15
Atualizada às 17h20