Como acontece todos os anos, a saída do bloco afro Ilê Aiyê atraiu para o Curuzu, no sábado (5), centenas de pessoas, entre autoridades, artistas, políticos e a população em geral. Presente à cerimônia, a ministra da Cultura, Ana de Hollanda, se disse emocionada com tudo que viu. “Além da energia que tem a casa, e todas as pessoas aqui reunidas, é importante reconhecer que o Ilê Aiyê é uma ação afirmativa para a auto-estima dos negros, para as mulheres e para todos os brasileiros”, ressaltou.

No ritual, foi apresentado aos presentes a Deusa do Ébano 2011, Lucimar Cerqueira, que reinará todos os dias do desfile do bloco. A cerimônia foi conduzida por Mãe Hildelice, filha de Mãe Hilda Jitolu e atual yalorixá do Terreiro Ilê Axé Jitolu.

Da varanda da casa, a ministra participou da soltura de pombos brancos, simbolizando um pedido de paz para o Carnaval. Estiveram presentes também o governador Jaques Wagner, o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, a ministra de Promoção da Igualdade Racial (Seppir), Luiza Bairros, o secretário Estadual de Cultura, Albino Rubim, entre outras autoridades.

Reafirmação de identidades

Segundo Albino Rubim, o Ilê Aiyê é uma das manifestações culturais mais tocantes da Bahia, “ao reafirmar identidades e proporcionar esse tipo de celebração”. O secretário informou que, por reconhecer o valor social e simbólico das entidades de matriz africana, a SecultBa tem como principal investimento no Carnaval, o Ouro Negro. Em 2011 esse programa de fomento distribuiu R$ 5 milhões para 137 agremiações, entre afoxés, blocos afro, de samba, de índio, de reggae e de percussão (a lista completa dos blocos do Ouro Negro está disponível na internet).

Depois do ritual religioso, o Ilê Aiyê iniciou a subida da Ladeira do Curuzu para um desfile na Avenida Lima e Silva, a principal do bairro da Liberdade, até o Plano Inclinado. O bloco completou o desfile na passarela do Carnaval, no Campo Grande, onde era aguardado por apaixonados pelo tom dos tambores e beleza das fantasias e danças do bloco.