Sons percussivos marcam desfiles do penúltimo dia de folia

No Carnaval da percussão, os sons de tambores e ritmos percussivos ganham grande destaque e são expressões da música afrobaiana que vão conduzir os desfiles do Programa Carnaval Pipoca, promovido pela Secretaria de Cultura do Estado da Bahia (Secult), nesta segunda-feira (7).

No Circuito Osmar (Campo Grande-Centro), Tonho Matéria sai com o trio “Tambores da Afrologia no Carnaval da Bahia” e, entre outras atrações, às 19h40, Edil Pacheco comanda o “Trio do Samba”. No Circuito Dodô (Barra-Ondina), às 14h30 começa a passagem do trio “Na Palma da Mão”, com Davi Vieira, Wilson Café e Escola Percussiva.

Neguinho do Samba
Tonho Matéria apresenta um show especial, que, além de fazer a alegria do folião pipoca, vai virar DVD, gravado durante o desfile. A proposta é levar ao público as sensações e efeitos da sonoridade da percussão, com o projeto “Tambores da Afrologia no Carnaval da Bahia”.

Uma das canções presta homenagem a Neguinho do Samba, músico baiano falecido em 2009, responsável pela divulgação do samba-reggae em todo o mundo. A música se chama “Neguinho do Samba-Reggae” e já faz parte da trilha sonora de documentário realizado pela TVE. Cheio de expectativa, Tonho Matéria informa que haverá alguns convidados, como o Bloco da Capoeira, que, como o nome sugere, é basicamente composto por capoeiristas e percussionistas e faz parte do Carnaval Ouro Negro, outro programa promovido pela Secult.

Edil Pacheco
Natural de Maragogipe, no Recôncavo Baiano, o sambista Edil Pacheco atravessa a Avenida com o “Trio do Samba”, entidade que, desde 1992, apresenta um repertório composto por sucessos de sambistas baianos, dentre eles Batatinha e Riachão. O desfile contará com a participação de Ederaldo Gentil, Juliana Ribeiro, Aloísio Menezes, Cláudia Costa, Sotaque Brasileiro e Banda Cor do Brasil.

Da Barra a Ondina, o trio “Na Palma da Mão” reúne Davi Vieira, Wilson Café e Escola Percussiva numa apresentação que mistura samba, maracatu, hip hop, house, drum’n’bass e outros ritmos. Segundo Wilson Café, o resultado é “uma sonoridade com características do Norte e do Nordeste brasileiros”.

No repertório, além de músicas próprias, tem canções de Jorge Benjor, Tim Maia, Chico Science, Gilberto Gil, Bezerra da Silva e até Black Eyed Peas. Para dar conta desta proposta, há na banda intervenções das mais diversas, incluindo sanfona e performance de DJ.

Trios sem corda
O Programa Carnaval Pipoca, da Secult, promove 15 desfiles de trios sem cordas. Esta iniciativa leva também em conta, além da promoção da diversidade de ritmos, 58,9% dos 478 mil residentes de Salvador que pulam o Carnaval nas ruas da capital baiana são foliões pipoca. Através da seleção de projetos especiais, a Secretaria da Cultura realizou a curadoria de três trios elétricos licitados pela Bahiatursa.

A Secult também apoia o desfile do Microtrio de Ivan Huol e as apresentações de Gereba e Paulinho Boca no Terreiro de Jesus, Coletivo do Reggae em trio da Prefeitura e o projeto Samba de Nossa Terra no trio do Comcar. Ainda articulou o apoio do Governo do Estado ao Palco do Rock, em Piatã, que conta com o patrocinio da Bahiagás.

Outra ação do Carnaval Pipoca é a contratação e pagamento de 107 artistas selecionados pela Prefeitura de Salvador/Conselho do Carnaval para desfilar em trios elétricos e seis palcos dos bairros Cajazeira, Itapuã, Liberdade, Periperi, Plataforma e Tancredo Neves.