A Bahia será o terceiro estado brasileiro a ter um Terminal de Regaseificação de Gás Natural Liquefeito (TRBA). O anúncio foi feito pela presidente Dilma Rousseff e pelo governador Jaques Wagner, na tarde desta terca-feira (1), em solenidade no Gran Hotel Stella Maris, em Salvador.

A obra é um dos projetos integrantes do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) e deve gerar 850 empregos diretos e 2.400 indiretos, além de reflexos positivos para o Recôncavo baiano, logo no início da implantação do terminal.

Durante o evento foi firmado um acordo entre o governo estadual e a Petrobras que define as ações de cada parte envolvida. A previsão é que os trabalhos sejam iniciados em março do ano que vem e a conclusão, em setembro do ano seguinte, com investimento da ordem de R$ 1,3 bilhão.

Mais autonomia

Para o governador Jaques Wagner, trata-se de uma obra com elevados investimentos tecnológicos, que alavancará a economia com mais autonomia. Segundo ele, o projeto é mais um esforço brasileiro e da Petrobras para promover o desenvolvimento e, com essa iniciativa, a Bahia não ficará mais dependente de único fornecedor. “Para nós baianos, brasileiros e nordestinos é um investimento fundamental. A equipe do nosso governo irá empenhar todos os esforços para acelerar as licenças e não atrasar o planejamento”.

A presidente Dilma Rousseff também destacou a importância da obra e disse que as vantagens do novo terminal vão além da construção. Ela lembrou que o gás traz mais oportunidades e possibilidade de gerar muitos empregos, além de melhorar a produtividade. “Carrego comigo o compromisso de desenvolver o Nordeste, em especial, a Bahia”, afirmou.

Gás natural

“Em 2013 teremos esse terminal funcionando. Para que isso aconteça, é preciso que iniciemos, já, os trâmites de licenciamento”, afirmou o presidente da Petrobras, Sérgio Gabrielli. Para ele, é vital que o terminal esteja em operação no final de 2013.

“Temos que dar condições para que o gás natural esteja disponível, sem problemas, na Bahia e no país todo. É com alegria que assinamos esse protocolo”, reforçou, lembrando também a possibilidade de empresários baianos serem contemplados com a comercialização de produtos e equipamentos para montagem do terminal.

Comemoração

“Para nós trabalhadores é um motivo de muita comemoração”, disse o presidente da Federação Única dos Petroleiros, João Moraes, que falou durante a cerimônia de lançamento do projeto em nome da categoria. “Sabemos que é mais oportunidade de trabalho e de desenvolvimento para o nosso país”.

Segundo a diretora de Gás e Energia da Petrobras, Graça Foster, a logística esteve entre os fatores que favoreceram a decisão de se construir o terceiro terminal de regaseificação do Brasil. “Encontramos aqui condição de mar perfeita para conduzir o GNL”.

O secretário estadual de Indústria, Comércio e Mineração do Estado da Bahia, James Correia, explicou que o Governo do Estado irá conceder incentivos fiscais (desoneração de impostos) para aquisição de equipamentos do terminal. “Teremos condições de atender o consumo na Bahia e também de exportar o gás para outros estados”.

Maior consumidor

A obra será construída na Baía de Todos-os-Santos, quatro quilômetros a oeste da Ilha dos Frades. O local escolhido é estratégico porque está sobre um gasoduto já existente, fator que, na opinião de James Correia, deverá facilitar a emissão de licenças. A construção do TRBA irá assegurar a injeção de gás natural no maior estado consumidor desse tipo de combustível do Nordeste.

O terminal se interligará com a malha de gasodutos em dois pontos: o primeiro, na malha da Bahia, no município de Candeias, e o segundo na altura do km 910 do Gasoduto Cacimbas-Catu (Gascac), trecho do Gasoduto Sudeste-Nordeste (Gasene), inaugurado em março de 2010.

O produto chegará compactado, na forma líquida, no terminal, onde passará pelo processo de regaseificação, retornando ao estado gasoso para ser distribuído. A exemplo dos terminais de Pecém e da Baía de Guanabara, a Petrobras adotará no terminal baiano medidas adicionais de segurança, inclusive um sistema de inteligência integrando todo o complexo.

No TRBA, a transferência do gás será feita diretamente entre os navios, por meio do sistema de atracação side-by-side, onde o navio regaseificador ficará atracado a um píer tipo ilha com apenas um berço. Em conexão direta com o navio supridor, a transferência de GNL será realizada por meio de mangotes ou braços de carregamento.

Publicada às 17h35
Atualizada às 22h50