Depois de seis meses consecutivos de redução, a taxa de desemprego volta a subir na Região Metropolitana de Salvador (RMS), segundo a Pesquisa de Emprego e Desemprego (PED) realizada pela Superintendência de Estudos Econômicos e Sociais da Bahia (SEI), autarquia da Secretaria Estadual do Planejamento (Seplan), em parceria com o Dieese, Seade e Setre.

A taxa de desemprego da RMS passou de 13,6%, em janeiro, para 14,3% da População Economicamente Ativa (PEA), em fevereiro último. Em relação a fevereiro de 2010, a taxa diminuiu intensamente, ao passar de 18,8% para os atuais 14,3% da PEA. “Mesmo com esse aumento no mês, destaco o baixo patamar em que se encontra a taxa de desemprego na RMS, sendo essa a menor já registrada para os meses de fevereiro ao longo da série iniciada em dezembro de 1996. Vale lembrar que a taxa de desemprego na RMS já chegou a 30%, o que aponta para uma mudança estrutural do nosso mercado de trabalho”, afirmou o coordenador da PED pela SEI, Leormínio Moreira.

Em fevereiro, o contingente de desempregados foi estimado em 268 mil pessoas – 11 mil a mais que no mês anterior. Esse resultado foi devido à eliminação de 26 mil postos de trabalho na região, cujos efeitos foram arrefecidos pela saída de 15 mil pessoas da PEA. A taxa de participação (proporção de pessoas com dez anos ou mais presentes no mercado de trabalho como ocupadas ou desempregadas) passou de 57,8% para 57,2%.

Comparando-se as regiões metropolitanas pesquisadas pelo Sistema PED, encontra-se tendência parecida entre os meses de janeiro e fevereiro. A taxa de desemprego total praticamente não variou na maior parte das regiões pesquisadas, elevando-se em Salvador e em Recife, onde atingiu 13,9%, seguida do Distrito Federal (12,7%), São Paulo (10,6%), Fortaleza (8,6%), Belo Horizonte (7,8%) e Porto Alegre (7,3%).

Setores 

Na RMS, o contingente de ocupados foi estimado em 1,606 milhão de pessoas, 26 mil a menos do que o do mês anterior. Para os principais setores de atividade econômica analisados, o nível ocupacional diminuiu em serviços (-19 mil ou -2%), na indústria (-9 mil ou -6%) e no comércio (-7 mil ou -2,6%). A ocupação aumentou no agregado outros setores, que inclui serviços domésticos e outras atividades (6 mil ou 4,6%) e na construção civil (3 mil ou 2,3%).

Quanto ao tipo de inserção, houve redução do contingente de trabalhadores assalariados em relação ao mês anterior em 28 mil pessoas (2,5%), em função das reduções nos setores privado (18 mil ou 2,1%) e público (6 mil ou 2,7%). Também houve retração da ocupação no grupo que inclui empregadores, trabalhadores familiares e donos de negócios familiares (-6 mil ou -8%) e entre os trabalhadores autônomos (-2 mil ou -0,6%). Cresceu somente a ocupação entre os trabalhadores domésticos (10 mil ou 8,8%).

O rendimento apresentou redução neste início de ano. Em janeiro, mês anterior ao pesquisado, o rendimento médio diminuiu para os ocupados (-2%) e os assalariados (-1,6%). Os valores foram estimados em R$ 1.088 e R$ 1.187, respectivamente.

Mercado de trabalho apresenta forte melhora na comparação com 2010 

A intensa queda da taxa de desemprego observada entre fevereiro de 2011 e de 2010, de 18,8% para os atuais 14,3% da PEA, decorreu da diminuição do contingente de desempregados em 83 mil pessoas, como resultado da geração de 91 mil ocupações, número superior ao de pessoas que ingressaram no mercado de trabalho (8 mil).

Nos últimos 12 meses, o número de ocupados aumentou 6%, passando de 1,515 milhão para 1,606 milhão de pessoas. Houve crescimento em todos os setores de atividade: construção civil (29 mil ou 28,2%), serviços (24 mil ou 2,6%), agregado outros setores, que inclui os serviços domésticos e outras atividades (18 mil ou 15,3%), indústria (11 mil ou 8,5%) e comércio (9 mil ou 3,6%).