Secretários estaduais do Trabalho e técnicos do setor, participantes da 83ª Reunião do Fórum Nacional de Secretarias do Trabalho (Fonset), realizada na quarta-feira (2), permaneceram em Salvador para conhecer de perto a metodologia aplicada pela unidade central do SineBahia. Eles foram recebidos, nesta quinta (3), pelo secretário baiano Nilton Vasconcelos.

A rede de serviços SineBahia, além de estabelecer uma relação de parceria e credibilidade com milhares de empresas, ostenta hoje resultados significativos para o Estado. Ano passado, por exemplo, mais ativo na captação de vagas e eficiente no encaminhamento dos trabalhadores, o sistema de intermediação para o trabalho atingiu um recorde histórico/anual do setor, com 60.285 trabalhadores inseridos no mercado e mais 120 mil vagas de emprego prospectadas. Nos últimos anos, o serviço recebeu visitas de comitivas estaduais, representantes de seis países e da Organização Internacional do Trabalho (OIT).

A estrutura completa da unidade central do SineBahia impressionou aos visitantes. O secretário do Trabalho do Pará, José Alfredo Hage Junior, por exemplo, pretende usar o modelo baiano como referência para as unidades de intermediação para o trabalho no seu estado. “Ainda neste mês, técnicos da nossa equipe estarão em Salvador para conhecer detalhes da metodologia empregada pelo Sinebahia”.

A coordenadora do SineParaná, Elietti Vilela, valorizou o entusiasmo da equipe baiana no atendimento aos trabalhadores. “Vejo na Bahia uma rara qualidade de atendimento do serviço público com envolvimento de toda equipe”. Seu colega, Paulo Júnior de Oliveira Mendonça, do SineAmazonas, destacou os cursos e as oficinas e disse que vai enviar ao governador Omar Aziz um relatório técnico sugerindo que a experiência baiana seja a base das ações no seu Estado. O de Minas Gerais, Carlos Pimenta, destacou a utilização organizada do espaço para atendimento ao trabalhador. “Este é um ponto importante”.

Os setores que mais receberam comentários positivos foram os serviços de Psicologia, responsável pelo recrutamento e pré-seleção dos candidatos, e de Consultoria, que visita empresas, monitora o grau de satisfação do serviço e acompanha os novos empreendimentos do mercado, além da Central de Captação e Administração de vagas, que realiza a convocação dos trabalhadores e faz prospecção de ofertas junto às empresas.

Experiência
Na oficina de Oratória, a comitiva manteve contato com os alunos, como Jaciara Evangelista Santos. Ela explicou aos visitantes que foi convidada a participar da oficina tão logo chegou ao SineBahia em busca de uma vaga no mercado de trabalho. A experiência valeu. Agora, diz que se sente “preparada para falar em público sem gaguejar, sem ficar nervosa e atrapalhar as palavras”.

Projeto
A superintendente estadual do Trabalho, Maria Thereza Andrade, detalhou para a comitiva como foi o processo de implantação do projeto-piloto Sigaeweb, que permite as empresas cadastrarem oportunidades de emprego e pesquisem o perfil dos profissionais diretamente no site. Ao mesmo tempo em que os trabalhadores têm acesso ao painel completo de vagas e podem se candidatar virtualmente às ofertas compatíveis.

Outra área que também despertou atenção e exigiu uma longa explanação dos assessores da Secretaria do Trabalho, Emprego, Renda e Esporte (Setre) foi a de cursos e oficinas de curta duração, com carga horária de 12 ou 16 horas. A capacitação pretende suprir as carências mais emergenciais dos trabalhadores e orientá-los na busca pelas vagas nos setores de Comércio e Serviços.

“São ações, completamente gratuitas, que abrangem Telemarketing, Técnicas de Vendas, Qualidade no Atendimento, Informática Básica, Técnicas de Redação, Matemática e Orientação profissional”, ressalta Maria Thereza.

A metodologia de trabalho do SineBahia vem sendo irradiada nos últimos anos para outros 105 municípios ampliando os índices de empregabilidade no interior do estado. Os visitantes encerraram as atividades conhecendo o funcionamento do Observatório do Trabalho, uma parceria da Setre com o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), por meio de uma exposição do coordenador do setor, Frederico Fernandes. O grupo também esteve no Centro Público de Economia Solidária, no bairro do Comércio.