Estudantes, professores, marisqueiros e vários outros segmentos da comunidade participaram, nesta quarta-feira (27), do repovoamento de 1,5 milhão de megalopas (pequenos caranguejos na segunda fase de desenvolvimento, medindo apenas meio centímetro) no manguezal de Porto de Acupe, distrito de Santo Amaro da Purificação.

A iniciativa, da Secretaria da Agricultura, Irrigação e Reforma Agrária (Seagri), por meio da Bahia Pesca, faz parte do projeto Puçá-Programa Integrado de Manejo e Gerenciamento do Caranguejo-uçá. As megalopas são cultivadas no laboratório da autarquia, na Fazenda Oruabo, em Santo Amaro, onde a comitiva também visitou e recebeu informações sobre os trabalhos desenvolvidos no local.

O principal objetivo do repovoamento é a defesa do meio ambiente. “Eles crescem, se tornam reprodutores, mantendo o ciclo e consequentemente o equilíbrio ambiental”, explica o presidente da Bahia Pesca, Isaac Albagli, lembrando que em 1997 a Doença Letárgica do Caranguejo (DLC) matou milhões destes crustáceos em vários estados do Brasil.

“Porém, quem mais dizima é o ser humano, que captura sem os critérios determinados pelos órgãos ambientais, desmata e polui os manguezais”, afirma o gerente da Fazenda Oruabo, Jerônimo Souza Filho . Ele destaca que a Bahia Pesca promove palestras orientando a população a preservar o meio ambiente, não capturar caranguejos com tamanho inferior a cinco centímetros, fêmeas ovadas ou no período das andadas. A cada ano o crustáceo cresce apenas um centímetro.

O primeiro repovoamento promovido pela Bahia Pesca foi em 2007, no manguezal de Acupe. Os resultados já são visíveis atualmente como relata a marisqueira (catadora de caranguejo) Vera Lúcia Bispo, 30 anos. “Cato caranguejo desde criança. Antes existiam muitos, depois desapareceram. Agora, depois do repovoamento, estão voltando”. Ela diz ainda que os catadores estão se conscientizando com relação à preservação ambiental.