A orla da Ribeira vai se transformar num picadeiro nesta sexta, sábado e domingo (8, 9 e 10), quando começa o Sétimo Festival Internacional de Artistas de Rua, transformando em palco espaços públicos da região itapagipana, onde haverá apresentação de músicos, mímicos, acrobatas, marionetes, palhaços, artistas plásticos, entre outras atrações de dez países diferentes. Depois de Salvador, o espetáculo irá para Sobradinho, na próxima terça-feira (12), seguindo em direção a Paulo Afonso, onde permanece nos dias 14, 15 e 16 deste mês.

O evento tem patrocínio do Governo da Bahia, por meio da Secretaria de Cultura do Estado (Secult), via Fazcultura – programa desenvolvido pela Secult e Secretaria da Fazenda (Sefaz) -, e da Companhia Hidroelétrica de São Francisco (Chesf), que vai montar o ‘Lounge Chesf’, na Ribeira, para receber a imprensa e abrigar artistas e convidados.

O Festival Internacional de Artistas de Rua é uma realização da Selma Santos Produções e Eventos e do alemão Bernard M. Snyder, co-idealizador, curador e diretor artístico do evento, também conhecido como ‘homem-banda’. A sexta edição, realizada em 2007, aconteceu pela primeira vez no bairro da Ribeira.

Segundo a produtora Selma Santos, artistas e trabalhadores do festival sentiram-se em casa. “Os moradores do bairro abraçaram o evento de forma entusiasmada e carinhosa. Por isso estamos felizes em poder apresentar, mais uma vez, artistas nacionais e internacionais nesse ambiente cenográfico e estimulante”.

Bernard Snyder informou que, depois da capital baiana, a caravana continua no interior. “Na quinta edição, Sobradinho surpreendeu os artistas, que ficaram impressionados com a acolhida do público e a vontade dos moradores de viverem experiências novas”. Em Paulo Afonso, onde o festival já aconteceu várias vezes, a expectativa é de sucesso novamente.

Reciclagem de lixo

Este ano, um dos focos principais do evento é a limpeza urbana e a reciclagem do lixo. Por conta disso, vão ser realizadas oficinas de reciclagem durante todo o evento de rua. Para isso, a organização do evento está contando com a colaboração da Associação Beneficente e Democrática de Alagados e Itapagipe (Abdai) e do poder público.

Segundo o gestor da Abdai e integrante da Comissão de Articulação e Mobilização dos Moradores da Península de Itapagipe (Cammpi), Reginaldo de Souza, a Península Itapagipana tem mais de 175 mil moradores.

Oficina de arte em papel

Antes dos artistas de dez países diferentes se apresentarem nas ruas da Ribeira, será realizada uma oficina de arte em papel (gratuita), com o artista visual Alvinho Boa Morte, para confecção de bonecos, de um metro meio de altura, que serão colocados nos postes em pontos mais importantes da Península Itapagipana para anunciar o festival.

Os bonecos terão o esqueleto de metal envolto em papel metro e papel jornal, tendo como fonte de inspiração o ‘homem banda’, símbolo do festival, mágicos, músicos, malabaristas, marionetistas e palhaços.

As inscrições para a oficina já estão abertas na Abdai e podem ser feitas pelo telefone (71) 3489-9470. Os participantes terão direito a certificados e receberão materiais que serão utilizados na atividade.

Atrações confirmadas

Aly Keita (Mali) – Música/balafone

Anita Bertolami (Suíça) – Fantoches

Bernard M. Snyder (Alemanha) – Música/homem banda

Circo Rebote, com Erika Mesquita e Atawallpa Coello (Brasil/Chile) – Circo/trapézio

Dan Le Man (Austrália) – Clown (palhaço)

Estee Taylor (Canadá) – Marionetes

Grupo Barlavento (Brasil) – Música/samba de roda

Jenny Thiele 2.0 (Alemanha) – Música/canções de autoria

Marco Cardona (Itália) – Faquir

Maurício Oliveira (Brasil) – Ator cômico

Sean Rooney (Canadá) – Balões

Shiva Grings (Irlanda) – Mímico

Tanga Elektra (Alemanha) – Música/new soul

Tova Snyder (Estados Unidos) – Artes plásticas

William Rodrigues (Brasil) – Multi-instrumentista

Histórico das edições

A primeira edição do Festival de Rua na Bahia aconteceu em fevereiro de 2002, no Aeroclube, Praça da Sé, Campo Grande e Farol da Barra. No ano seguinte, em março, os artistas animaram, além do Aeroclube e Praça da Sé, também o Parque da Cidade e a Ponta de Humaitá, onde a Cidade Baixa foi abraçada pelo evento.

Em 2004, o evento foi realizado no Aeroclube e na Ponta de Humaitá, em Salvador, e no município de Santo Amaro. Na edição 2005, Ponta de Humaitá foi escolhida novamente, em Salvador, e Paulo Afonso, no interior do estado. A quinta edição, em 2006, aconteceu em Juazeiro, Sobradinho e Paulo Afonso, não passando pela capital. Em 2007, o festival foi realizado na Praça Municipal e na Ribeira.